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Pesquisa mostra que os americanos duvidam de recuperação

Segundo pesquisa, 44% dos americanos acham que a economia, que cresceu durante nove trimestres consecutivos, permanecerá igual

Operários na linha de produção do modelo da Chrysler: 28% dos entrevistados em uma pesquisa da Bloomberg acreditam que a economia enfraquecerá (James Fassinger/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 23h16.

Washington - Os americanos estão perdendo a fé na recuperação econômica do seu país apesar das previsões dos analistas de que o crescimento se acelerará, de acordo com uma pesquisa nacional da Bloomberg.

Menos pessoas esperam melhorias na situação econômica do país no próximo ano do que na pesquisa anterior, realizada em junho, com 27 por cento dizendo que a expansão será mais sólida, frente a 39 por cento que esperavam progressos há três meses.

Quarenta e quatro por cento dos entrevistados acham que a economia, que cresceu durante nove trimestres consecutivos, permanecerá igual e 28 por cento, que enfraquecerá.

“Ainda estamos em recessão. Não sei por que afirmam que já passou”, disse Chris Sams, de 28 anos, veterano deficiente da Marinha de Daingerfield, Texas. “Pode ter passado em Washington, onde a renda per capita é maior do que em qualquer outro lugar, mas aqui o salário mais alto é o mínimo”.

Os resultados da pesquisa, realizada entre 20 e 23 de setembro, refletem a impaciência da população com uma economia que cresce a uma taxa média de 2,1 por cento desde o fim da recessão em junho de 2009, um ponto porcentual inteiro abaixo da média de 50 anos, segundo dados compilados pela Bloomberg. O crescimento declinará até 1,60 por cento este ano, segundo a mediana de estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg, antes de recuperar-se para 2,65 por cento no ano que vem.

Conflitos políticos

A insatisfação pública com a economia também está ligada a uma maior preocupação com os conflitos políticos do país.

Apenas 25 por cento dos entrevistados afirmaram que os EUA estão no caminho certo – a menor marca desde setembro de 2011, um mês depois que a Standard Poor’s cortou o rating da dívida do governo americano. Sessenta e oito por cento afirmam que o país vai pelo caminho equivocado.

As disputas entre democratas e republicanos pelo orçamento federal, o limite de empréstimos do país e a nova lei de saúde do presidente Barack Obama ameaçam paralisar o governo ou levar ao default.


Mais de oito em cada dez afirmam que não planejam assumir mais dívidas ou pedir dinheiro emprestado para acertar as contas. E 40 por cento ou mais dizem que não vêem mudanças na sua segurança financeira ou nos empregos dos membros da sua família, poupanças para aposentadorias, investimentos e nem na capacidade de gastar em férias ou entretenimento.

Mercado de trabalho

Os entrevistados são menos otimistas em relação ao mercado de trabalho nos próximos 12 meses do que na pesquisa de junho. A percentagem daqueles que preveem melhorias no mercado de trabalho caiu de 42 por cento para 36 por cento entre as duas edições. O resultado chega em um momento no qual a média de criação mensal de empregos caiu de 172.000 no trimestre anterior à última pesquisa da Bloomberg para 148.000 empregos nos últimos três meses.

A recuperação oscilante afetou a posição de Obama na economia. Na última pesquisa, 38 por cento afirmam aprovar o trabalho feito por ele para dar mais segurança econômica às pessoas, enquanto 53 por cento o desaprovam.


A pesquisa contém numerosos sinais de insegurança financeira: 42 por cento dos entrevistados alegaram não poder economizar o suficiente para a aposentadoria e 40 por cento disseram que precisam guardar mais dinheiro para itens como planos de saúde e educação, mas que não podem.

Aqueles com renda anual inferior a US$ 50.000 estão se sentindo particularmente apertados. Quase um quarto deles diz esperar pegar dinheiro emprestado no próximo ano para equilibrar as contas. Esse total mais do que dobra o percentual entre os que planejam fazer o mesmo e ganham entre US$ 50.000 e US$ 99.000.

“A economia só piorará”, disse Renee Howard, 59, de Cincinnati. “Estamos presos”.

O levantamento com mil assinantes da Bloomberg foi realizado pela Selzer&Co., uma companhia sediada em Des Moines, Iowa. Sua margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

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Menos pessoas esperam melhorias na situação econômica do país no próximo ano do que na pesquisa anterior, realizada em junho, com 27 por cento dizendo que a expansão será mais sólida, frente a 39 por cento que esperavam progressos há três meses.

Quarenta e quatro por cento dos entrevistados acham que a economia, que cresceu durante nove trimestres consecutivos, permanecerá igual e 28 por cento, que enfraquecerá.

“Ainda estamos em recessão. Não sei por que afirmam que já passou”, disse Chris Sams, de 28 anos, veterano deficiente da Marinha de Daingerfield, Texas. “Pode ter passado em Washington, onde a renda per capita é maior do que em qualquer outro lugar, mas aqui o salário mais alto é o mínimo”.

Os resultados da pesquisa, realizada entre 20 e 23 de setembro, refletem a impaciência da população com uma economia que cresce a uma taxa média de 2,1 por cento desde o fim da recessão em junho de 2009, um ponto porcentual inteiro abaixo da média de 50 anos, segundo dados compilados pela Bloomberg. O crescimento declinará até 1,60 por cento este ano, segundo a mediana de estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg, antes de recuperar-se para 2,65 por cento no ano que vem.

Conflitos políticos

A insatisfação pública com a economia também está ligada a uma maior preocupação com os conflitos políticos do país.

Apenas 25 por cento dos entrevistados afirmaram que os EUA estão no caminho certo – a menor marca desde setembro de 2011, um mês depois que a Standard Poor’s cortou o rating da dívida do governo americano. Sessenta e oito por cento afirmam que o país vai pelo caminho equivocado.

As disputas entre democratas e republicanos pelo orçamento federal, o limite de empréstimos do país e a nova lei de saúde do presidente Barack Obama ameaçam paralisar o governo ou levar ao default.


Mais de oito em cada dez afirmam que não planejam assumir mais dívidas ou pedir dinheiro emprestado para acertar as contas. E 40 por cento ou mais dizem que não vêem mudanças na sua segurança financeira ou nos empregos dos membros da sua família, poupanças para aposentadorias, investimentos e nem na capacidade de gastar em férias ou entretenimento.

Mercado de trabalho

Os entrevistados são menos otimistas em relação ao mercado de trabalho nos próximos 12 meses do que na pesquisa de junho. A percentagem daqueles que preveem melhorias no mercado de trabalho caiu de 42 por cento para 36 por cento entre as duas edições. O resultado chega em um momento no qual a média de criação mensal de empregos caiu de 172.000 no trimestre anterior à última pesquisa da Bloomberg para 148.000 empregos nos últimos três meses.

A recuperação oscilante afetou a posição de Obama na economia. Na última pesquisa, 38 por cento afirmam aprovar o trabalho feito por ele para dar mais segurança econômica às pessoas, enquanto 53 por cento o desaprovam.


A pesquisa contém numerosos sinais de insegurança financeira: 42 por cento dos entrevistados alegaram não poder economizar o suficiente para a aposentadoria e 40 por cento disseram que precisam guardar mais dinheiro para itens como planos de saúde e educação, mas que não podem.

Aqueles com renda anual inferior a US$ 50.000 estão se sentindo particularmente apertados. Quase um quarto deles diz esperar pegar dinheiro emprestado no próximo ano para equilibrar as contas. Esse total mais do que dobra o percentual entre os que planejam fazer o mesmo e ganham entre US$ 50.000 e US$ 99.000.

“A economia só piorará”, disse Renee Howard, 59, de Cincinnati. “Estamos presos”.

O levantamento com mil assinantes da Bloomberg foi realizado pela Selzer&Co., uma companhia sediada em Des Moines, Iowa. Sua margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

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