Economia

Peso negativo do setor externo no PIB era esperado, diz AEB

Segundo IBGE, setor externo contribuiu com -0,9% no crescimento do PIB em 2013


	Contêiner para exportação sendo carregado em um navio no Terminal Libra do Porto de Santos: presidente AEB espera um comportamento mais neutro do setor externo em 2014
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Contêiner para exportação sendo carregado em um navio no Terminal Libra do Porto de Santos: presidente AEB espera um comportamento mais neutro do setor externo em 2014 (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 16h39.

Rio de Janeiro - A contribuição negativa do setor externo no Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 já era esperada, segundo o presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Segundo ele, a elevada importação de petróleo e derivados, além da compra de componentes para a manufatura, levaram a esse desempenho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor externo contribuiu com -0,9 ponto porcentual no crescimento do PIB em 2013. Já a demanda interna contribuiu com 3,1 ponto porcentual. O PIB cresceu 2,3% no ano passado.

"A exportação de sete plataformas ajudou a amenizar esse resultado", disse Castro, para quem a contribuição do setor externo poderia ter sido ainda mais negativa sem a contabilização desses embarques "fictos" - as plataformas não deixam o País. Além disso, a desvalorização do real no segundo semestre não provocou grande impacto nas importações do ano passado. Castro espera que o dólar mais caro reflita apenas nos dados de 2014.

Neste ano, o presidente AEB espera um comportamento mais neutro do setor externo, oscilando entre uma contribuição de -0,1 pp e +0,1 pp no PIB. Apesar disso, a expectativa de superávit na balança comercial de US$ 7,2 bilhões (divulgada em dezembro) está com viés baixista, devido à situação na Argentina e na Venezuela.

"Tem uma série de novas variáveis que fazem com que revisemos essa projeção para baixo", disse Castro, acrescentando a desaceleração da China e o aumento de produção de minério de ferro na Austrália. "Até a hipótese de haver déficit comercial não pode ser descartada", afirmou. Mesmo assim, as importações devem ser freadas neste ano, em função do câmbio mais desvalorizado e do consumo das famílias perdendo fôlego.

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