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Pela sexta vez seguida, Copom mantém Selic inalterada em 6,5% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (12) manter a taxa nos atuais 6,5%, o nível mais baixo da história

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Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, em entrevista em abril deste ano (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, em entrevista em abril deste ano (Adriano Machado/Reuters)

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Ana Paula Machado

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às, 18h21.

Última atualização em 12 de dezembro de 2018 às, 18h34.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (12) manter a Selic nos atuais 6,5%.

É a sexta vez seguida que a taxa de juros fica inalterada. Ela segue, portanto, no nível mais baixo desde que passou a ser usada como referência em 1996.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 5 e 6 de fevereiro de 2019, já sob o comando de Roberto Campos Neto, escolhido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para chefiar a instituição.

A decisão foi por unanimidade e veio de acordo com o esperado pelo mercado. “O Banco Central confirmou o consenso do mercado e a probabilidade implícita da curva de juros, que projetava 95% de chance do BC manter os juros inalterados”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

A expectativa do mercado no relatório Focus para a Selic até um mês atrás era 8% para dezembro de 2019. Há 15 dias mudou para 7,75% e na última pesquisa para 7,5%.

“Acredito que essa taxa deve se manter até o quarto trimestre do ano que vem. A inflação e a demanda estão em queda e não há motivos para mexer na Selic. O BC pode subir a taxa antes somente se no exterior ocorrer algum stress adicional” afirmou Spyer.

Pela última pesquisa Focus, o IPCA para esse ano está em 3,71%. Uma semana atrás era 3,89%. Para 2019 a estimativa do mercado é de 4.07% e uma semana atrás estava em 4,11%.

Veja a nota do Banco Central:

O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 6,50% a.a.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

Indicadores recentes da atividade econômica continuam evidenciando recuperação gradual da economia brasileira;

O cenário externo permanece desafiador para economias emergentes. Os principais riscos estão associados ao aumento da aversão ao risco nos mercados internacionais, à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas e a incertezas referentes ao comércio global;

O Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente se encontram em níveis apropriados ou confortáveis, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária;

As expectativas de inflação para 2018, 2019 e 2020 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,7%, 4,1% e 4,0%, respectivamente. As expectativas para 2021 encontram-se em torno de 3,75%; e

No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,7% para 2018, 3,9% para 2019 e 3,6% para 2020. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2018 em 6,50% a.a., se eleva a 7,50% a.a. em 2019 e atinge 8,00% em 2020. Também supõe trajetória para a taxa de câmbio que termina 2018 em R$/US$ 3,78 e tanto 2019 quanto 2020 em R$/US$ 3,80. No cenário com juros constantes a 6,50% a.a. e taxa de câmbio constante a R$/US$ 3,85*, as projeções situam-se em torno de 3,7% para 2018, 4,0% para 2019 e 4,0% para 2020.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções, mas com maior peso nos dois últimos riscos. Por um lado, (i) o nível de ociosidade elevado pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (ii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de (iii) deterioração do cenário externo para economias emergentes. O Comitê avalia que houve uma elevação do risco (i) e arrefecimento do risco (ii).

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela manutenção da taxa básica de juros em 6,50% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e balanço de riscos para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui o ano-calendário de 2019 e, em menor grau, de 2020.

O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

O Comitê enfatiza que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a manutenção da inflação baixa no médio e longo prazos, para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes.

Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Carlos Viana de Carvalho, Carolina de Assis Barros, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Sérgio Neves de Souza, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

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