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Para Itamaraty, proposta européia exige muitas concessões

Segundo avaliação preliminar do governo brasileiro, oferta da Europa ficou aquém do que já estava combinado

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

As propostas dos europeus para viabilizar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Européia estão aquém do esperado pelos países sul-americanos, segundo o Itamaraty. Numa avaliação preliminar, o governo brasileiro considera que as novas sugestões são insatisfatórias em relação ao que já havia sido ofertado pelos europeus nas negociações de maio e setembro deste ano.

O Brasil também não ficou satisfeito com a introdução, pela União Européia, de novas exigências para abrir seu mercado aos países do Mercosul. "Tal como ora se apresenta, [a proposta] significa concessões muito grandes pelo Mercosul sem a contrapartida necessária em concessões equivalentes da UE", afirma comunicado do Itamaraty. Conforme o ministério, as concessões oferecidas pelo Mercosul aos europeus "nunca foram feitas em nenhuma outra negociação externa do bloco".

A proposta sul-americana, por exemplo, favorece mais de 90% das importações de bens da UE. Por meio de isenções de impostos e concessões de preferências tarifárias, o Itamaraty observa que os produtos europeus ganharão grande competitividade nos mercados da região. O Mercosul também melhorou sua oferta na área de serviços, a fim de garantir maior acesso da UE ao mercado financeiro (seguros e bancário), telecomunicações e transporte marítimo internacional, entre outros.

Já os europeus insistem em propor cotas de importação para os produtos sul-americanos que desfavorecem os membros do Mercosul. Segundo o Itamaraty, um exemplo concreto é o da carne bovina. Numa primeira etapa de vigência do acordo de livre comércio, o Mercosul poderia exportar 60 mil toneladas anuais para a Europa, sendo que o Brasil participaria com 2 400 toneladas. O volume está bem abaixo das 95 mil toneladas que o bloco vende atualmente para a Europa, mesmo pagando tarifas que chegam a 176% do valor exportado.

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