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Para driblar hiperinflação, Caracas lança moeda para compra de alimentos

Chamada de "caribes", com cédulas de 5, 10, 20, 50 e 100, podem ser utilizados apenas na feira de alimentos com preços subsidiados

Venezuela: os moradores de Caracas podem trocar bolívares pela moeda municipal em transações eletrônicas em postos da prefeitura (Mario Tama/Getty Images)
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AFP

Publicado em 16 de abril de 2018 às 08h13.

A prefeitura de Caracas lançou no domingo uma moeda própria, o "Caribe", ante a escassez de dinheiro e a desvalorização do bolívar em meio à hiperinflação que afeta os venezuelanos.

Os caribes, com cédulas de 5, 10, 20, 50 e 100, podem ser utilizados apenas na feira de alimentos com preços subsidiados organizada pelo município, informou a prefeita Érika Farías, aliada do presidente Nicolás Maduro. Cada caribe equivale a 1.000 bolívares.

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Farías definiu a moeda como um "mecanismo de proteção" para a população.

Os moradores de Caracas podem trocar bolívares pela moeda municipal em transações eletrônicas em postos da prefeitura.

A escassez de dinheiro é mais uma dificuldade para os venezuelanos, que enfrentam uma hiperinflação - segundo o FMI deve alcançar 13.000% este ano - e uma grave falta de produtos básicos.

O governo de Maduro atribui a situação a "máfias" que fazem contrabando com papel-moeda, mas analistas consideram que é uma consequência da impossibilidade de imprimir cédulas ao ritmo da inflação fora de controle.

A maior nota, de 100.000 bolívares, paga com dificuldade um café nas ruas.

Maduro anunciou em março o lançamento de novas cédulas e moedas, que entrarão em vigor no dia 4 de junho, em um processo de reconversão monetária que cortará três zeros do bolívar, o que significa que 100.000 bolívares passarão a valer 100.

Em meio ao caos, várias comunidades começaram a implementar moedas paralelas.

No fim de 2017, moradores de 23 de Janeiro - grande área popular ao oeste de Caracas - criaram o "Panal", cuja cédula de maior valor tem a imagem do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).

A moeda é usada no bairro - um reduto chavista - para negociar o que é produzido na própria comunidade.

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