A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) no Senado decidiu, por unanimidade, não apoiar o pedido de abertura de CPI para investigar o caso Waldomiro Diniz. Para barrar as investigações contra o ex-assessor do governo, os senadores petistas sugeriram uma CPI ampla para apurar todas as outras denúncias envolvendo campanhas eleitorais.

"Podemos investigar tudo, inclusive o caso empresa Asa Branca, na campanha de José Serra, e a planilha de campanha de Fernando Henrique Cardoso", disse o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP).

"Estão querendo misturar as estações para não investigar nada", afirmou Antero Paes de Barros, senador pelo PSDB do Mato Grosso e autor do pedido da CPI contra Diniz.

O PMDB, maior partido do Senado, com 22 parlamentares, decidiu não assinar o requerimento para a criação da CPI. Apesar disso, dois senadores desobedecerão a decisão da bancada. Mão Santa (PMDB/PI), que já assinou o requerimento, e o senador Pedro Simon (PMDB/RS), que comunicou à bancada que também assinará.

Segundo a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), uma CPI sobre o caso Waldomiro seria incluída como objeto de investigação da super CPI. O parlamentar citou como possível alvo de investigação o processo de privatização da Eletrobrás e da Telebrás. Se é para investigar vamos investigar todos os casos em que tenham sido levantadas suspeitas, disse ele.

A bancada do PT, no entanto, deixou a reunião desta terça-feira em clima de "deixa-disso". Para os senadores, seria melhor para o país que esses casos ficassem sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal - ao partido, interessa dar andamento a temas que já estão no Congresso, como as reformas do Judiciário e política. Para o líder do governo no Senado, uma CPI pode "parar o país".