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Palocci ignora sinais de crise no governo

Durante a cerimônia de premiação das melhores empresas de 2004, promovida pelo anuário MELHORES E MAIORES de EXAME, o ministro da Fazenda enumerou indicadores para comprovar a estabilidade da economia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h50.

Num momento em que o governo enfrenta a maior crise política, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, procurou demonstrar que a economia está imune ao intemperismo de Brasília. Durante a cerimônia de premiação das melhores empresas de 2004, promovida pelo anuário MELHORES E MAIORES de EXAME nesta terça-feira (28/6), Palocci mostrou que ignora os reflexos da instabilidade política sobre a economia e optou por um discurso com indicadores econômicos, como a balança comercial e o superávit primário, que "comprovam o bom momento da macroeconomia".

"A história de instabilidade econômica definitivamente acabou. A era de idas e vindas do país ficou para trás", afirmou, durante seu discurso. Palocci chegou a afirmar que o país vive "o mais longo ciclo de crescimento dos últimos anos", depois de crescer apenas 0,5% em 2003 e cerca de 5% no ano passado. Segundo o ministro, após assegurar a estabilidade macroeconômica tarefa que sua equipe procurou cumprir na primeira metade do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva agora é o momento de discutir temas que garantam a continuidade do crescimento. Após o pronunciamento, circularam entre os representantes das mairoes empresas do Brasil comentários sobre a disposição de Palocci em demonstrar um país distante da realidade do dia-a-dia dos negócios. "Em que país mora o ministro?", comentaram alguns empresários entre si.

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Entre os próximos pontos da agenda, está o sistema tributário, que onera o setor produtivo com sua pesada carga de impostos. "O país está maduro para discutir uma política fiscal consistente para os próximos dez anos", diz. Além disso, o ministro destacou a necessidade de criar marcos legais estáveis que estimulem os investimentos privados em setores nos quais o governo não tem condições de aplicar recursos.

O ex-ministro do Planejamento e atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Guido Mantega, também presente ao evento, reforçou a estratégia de Palocci de isolar o desempenho da economia da crise política. "Podemos ver, pela reação dos indicadores macroeconômicos, que uma coisa não afeta a outra", diz Mantega. "O Brasil está alcançando a estabilidade dos países maduros. Por isso, as turbulências normais da democracia não nos afetam como afetavam no passado".

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