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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, anunciou no início da noite desta quinta-feira (28/4), diversas mudanças em sua equipe. Marcos Lisboa, que ocupava a Secretaria de Política Econômica, pediu demissão. Lisboa era um dos principais alvos das críticas das alas mais radicais do Partido dos Trabalhadores, desde o início do governo. Para o seu lugar, irá o atual secretário-executivo do ministério, Bernard Appy.
Appy será substituído, em suas atuais atribuições, por Murilo Portugal, que vinha representando o Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI). Portugal também foi secretário do Tesouro Nacional no governo Fernando Henrique Cardoso, entre 1992 e 1997. Para o lugar de Portugal junto ao FMI, será enviado Eduardo Loyo, que atualmente é diretor de assuntos especiais do Banco Central. No BC, Loyo será substituído por Alexandre Tombini, que já conta com passagens pela Fazenda e pelo Planejamento.
O mercado recebeu com calma as alterações. "A primeira impressão é que mudaram as pessoas, mas a política econômica não mudou", afirma Mário Mesquita, economista-chefe do ABN Amro Real. O economista destacou a experiência de Portugal em assuntos públicos, acumulada em sua passagem anterior pelo governo. Outro ponto que reafirma a continuidade das políticas atuais, de acordo com Mesquita, é o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enviado pelo Executivo ao Congresso. Apesar do fim do acordo com o FMI, a LDO incorpora voluntariamente metas de superávit primário para os próximos anos.
O economista também não acredita que as pressões da oposição e dos radicais do PT tenham derrubado Lisboa. Se isto fosse verdade, afirma Mesquita, o ex-secretário seria substituído por alguém de uma corrente econômica bastante distinta, para marcar a mudança de rumo e a acomodação das pressões. "Mas não foi isso que aconteceu", diz.