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Otimismo com economia despencou em um ano no Brasil, diz Pew

Pesquisa global mostra que Brasil é um dos seis países no qual a visão positiva sobre a economia caiu mais de dois dígitos de um ano para o outro

Trânsito: semáforo de pedestres (Marcos Santos/USP Imagens)

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 16h16.

São Paulo - A visão positiva da economia brasileira despencou entre 2013 e 2014, de acordo com uma pesquisa feita pelo Pew Research Center.

O instituto entrevistou mais de 48 mil pessoas em 44 países entre março e junho. No Brasil, foram mil pesquisados durante o mês de abril.

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O Brasil está junto com Venezuela, Malásia, Argentina , Quênia e Gana no seleto time de 6 países onde a visão positiva da economia despencou dois dígitos de um ano para o outro.

Em 2013, 59% dos brasileiros achavam que a economia ia bem; em 2014, são 32% - uma queda de 27 pontos percentuais e já abaixo da média dos emergentes , que segue em 39%.

O processo contrário ocorreu em países como Israel, Paquistão, Uganda e, curiosamente, a Rússia. No Reino Unido, por exemplo, a visão positiva da economia saltou de 15% para 43% de um ano para o outro.

Visão positiva20132014Mudança
Brasil59%32%-27
Venezuela44%29%-15
Argentina39%26%-13
Reino Unido15%43%+28
Paquistão17%37%+20
Rússia33%44%+11

Pessimistas e otimistas

Em números absolutos, no topo da lista dos pessimistas estão 97% dos gregos, 96% dos italianos e 93% dos espanhóis e ucranianos que consideram ruins as condições econômicas do seu país.

O mau humor destas populações é maior do que o registrado em lugares com situação ainda mais dura como os territórios da Palestina (77% de visão negativa) e Egito (76% negativos).

Na outra ponta estão os 89% de chineses, 87% de vietnamitas e 85% de alemães que veem sua situação atual como positiva.

Visão da economiaBoaRuim
China89%6%
Alemanha85%15%
Estados Unidos40%58%
México40%60%
Brasil32%67%
Itália3%96%

Maiores preocupações

Em 6 das 10 economias avançadas, a falta de emprego é considerada o principal desafio econômico. Já em 18 entre 25 emergentes, a alta dos preços é a maior preocupação.

No Brasil, 85% consideram a inflação "um grande problema", bem acima da taxa dos que se preocupam com falta de emprego (72%), o fosso entre pobres e ricos (68%) e a dívida pública (56%).

Consideram "grande problema"Preços em altaFalta de empregoDesigualdadeDívida Pública
Brasil85%72%68%56%
Turquia74%70%74%68%
Espanha68%93%74%75%
Japão31%45%28%67%
Venezuela89%83%59%72%
Estados Unidos53%54%46%63%

Futuro

Em relação aos próximos 12 meses e na mediana dos 44 países, 46% acham que a economia vai melhorar, 20% que ela vai continuar igual e 20% que ela vai piorar.

No Brasil, 63% esperam melhora, 22% veem a situação igual e 15% esperam piora. Os americanos estão divididos de forma quase exata entre as três posições.

Os mais esperançosos com esse futuro próximo são os chineses (80%) e peruanos (77%) - de forma geral, a América Latina e a África esperam melhora, um otimismo compartilhado com apenas um em cada 4 europeus.

Situação nos próximos 12 mesesVai melhorarVai ficar igualVai piorar
Japão15%54%29%
França17%35%48%
Líbano20%33%46%
Estados Unidos35%33%30%
Brasil63%22%15%
Colômbia70%16%13%
China80%15%2%
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