Os números do mercado de energia eólica no mundo; Brasil avança
Brasil ultrapassou o Canadá e agora ocupa a oitava posição no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica
Vanessa Barbosa
Publicado em 17 de fevereiro de 2018 às 08h17.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2018 às 08h17.
São Paulo -O Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês) divulgou nesta semana suas estatísticas do mercado anual do setor. Em 2017, o mundo instalou um total de 52,57 gigawatts (GW) de potência à produção mundial, totalizando 539,58 GW de capacidade instalada global.
Líder mundial em instalações, a China adicionou quase 20 GW em projetos eólicos a sua matriz energética. Na sequência aparecem os Estados Unidos, quetiveram outro ano forte, com 7,1 GW instalados, e boas perspectivas para os próximos anos, em grande medida favorecidas pela compra corporativa de energia renovável por gigantesdomésticas, como Google, Apple, Nike, Facebook, Walmart e Microsoft.
Apesar das crises políticas e econômicas, o Brasil instalou mais de 2 GW em capacidade de energia eólica no ano passado. No ranking dos dez países com mais capacidade de energia eólica no acumulado, o país subiu uma posição e aparece agora em oitavo na lista, com 12,76 GW, ultrapassando o Canadá, que está com 12,39 GW.
“Temos hoje uma capacidade instalada que está quase chegando aos 13 GW, com mais de 500 parques eólicos, e chegamos a abastecer 11% do país e mais de 60% do Nordeste, na época que chamamos de safra dos ventos, que vai mais ou menos de junho a novembro. Nos últimos anos, e especialmente no ano passado, as eólicas salvaram o Nordeste de um racionamento em tempos de reservatórios baixos e com bandeira vermelha", diz em comunicado a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Gannoum.
Ela destaca alguns fatores que tornam vantajoso o uso dessa fonte renovável por aqui, como o fator de capacidade do país (medida de produtividade do setor), que passa do dobro da média mundial, e a cadeia produtiva 80% nacionalizada, que no ano passado gerou 30 mil postos de trabalho.
"Até 2020, considerando apenas os contratos assinados e leilões já realizados, vamos chegar a 18,63 GW. Com novos leilões, esse número ainda vai crescer. Importante lembrar que, hoje, as eólicas são a opção mais competitiva de contratação, conforme resultado do último leilão, realizado em dezembro de 2017”, analisa Elbia.
No cenário mundial, a energia eólica avança com força no alto-mar.Análise recente da consultoria Navigant Research indica que a indústria eólica global instalou 3,3 gigawatts (GW) de capacidade offshore em 2017, elevando o total mundial para quase 17 GW no acumulado. Na Alemanha, o setor teve seu primeiro leilão "sem subsídio" este ano, com propostas para mais de 1 GW de nova capacidade.Nos próximos cinco anos, o mercado global de energia eólica offshore deve instalar mais de 24 GW de nova capacidade, atingindo no acumulado mais de 40 GW até o final de 2022.
Confira abaixo os principais números do mercado eólico em 2017, segundo o estudo doConselho Global de Energia Eólica: