Economia

Opep revisa para cima demanda por petróleo em 2012 e 2013

Em seu relatório mensal, a entidade aumentou assim em 30 mil barris diários suas próprias estimativas de há um mês

Opep: sua média anual está em US$ 110,03, um recorde histórico que supera a média anual máxima registrada no ano passado, de US$ 107,46 (Wikimedia Commons)

Opep: sua média anual está em US$ 110,03, um recorde histórico que supera a média anual máxima registrada no ano passado, de US$ 107,46 (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 13h04.

Viena - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou ligeiramente para cima sua previsão sobre a demanda por petróleo no mundo em 2012 e 2013, para 88,72 milhões e 89,52 milhões de barris diários (mbd), mas adverte do risco de uma queda do consumo devido aos altos preços do barril e à crise da zona do euro.

Em seu relatório mensal, a entidade aumentou assim em 30 mil barris diários suas próprias estimativas de há um mês.

Com isso, acredita em um crescimento anual da demanda pela commodity no planeta de 1,02% e 0,91% para este ano e o próximo.

No entanto, os analistas da organização advertem que as estimativas para 2013, baseadas em um crescimento da conjuntura mundial de 3,2% e um nível de preços do petróleo como o atual, estão rodeadas de muita incerteza, pois "a imagem econômica é vaga e o horizonte cheio de turbulências".

Estas previsões têm por isso um "potencial de risco em baixa maior do que em alta", especialmente devido à crise da zona do euro que está impactando em outras regiões e pode afetar o crescimento da economia mundial.

Mas também um aumento nos preços pode diminuir a demanda pelo produto.


O valor do barril referencial da Opep subiu em julho quase 6% em relação a junho, ao ser vendido a uma média de US$ 99,55, e continuou em alta em agosto, até ser cotado na quinta-feira a US$ 108,36.

Sua média anual está em US$ 110,03, um recorde histórico que supera a média anual máxima registrada no ano passado, de US$ 107,46.

Entre os fatores que impulsionaram esta tendência de alta, a Opep ressalta, em primeiro lugar, "a reaparição das tensões geopolíticas", em alusão às sanções impostas ao Irã devido a seu polêmico programa nuclear.

Mas os preços foram pressionados em alta também por outras razões, como a onda de calor no hemisfério norte que aumentou o uso do ar condicionado e uma maior demanda nas economias emergentes da Ásia, assim como por problemas de produção no Mar do Norte.

Estes elementos compensaram a pressão em baixa causada pela crise na Europa, a única região da qual a Opep não espera um aumento do consumo petroleiro, mas uma queda.

O organismo lembra que por enquanto, a menor demanda europeia está sendo compensada pelo crescente consumo de China, Índia, Oriente Médio e América Latina, apesar de a crise da zona do euro também ter começado a afetar as economias destas regiões, desacelerando seu crescimento. 

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoEnergiaPetróleo

Mais de Economia

Alckmin destaca compromisso do governo com o arcabouço fiscal

Haddad diz que Brasil é uma “encrenca”, mas que tem potencial de ser “grande”

Brasil está pronto para acordo Mercosul e União Europeia, diz Lula

Nova presidente da Petrobras troca três dos oito diretores da estatal

Mais na Exame