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Opep decide manter nível da produção de petróleo

A Opep avisou que a incerteza sobre a economia europeia podem afetar a demanda

Exploração de petróleo: as importações de petróleo dos EUA caíram 21% no ano passado, o mínimo em 15 anos, segundo o Departamento americano de Energia. (David McNew/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 14h28.

Viena - A Opep decidiu nesta sexta-feira manter seu teto de produção de petróleo , ao considerar que o mercado está bem abastecido com o barril a US$ 100, embora tenha avisado que a incerteza sobre a economia europeia podem afetar a demanda.

A reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores e Petróleo (Opep) realizada em Viena terminou com a decisão esperada pelos mercados e se traduz em manter o nível de produção em 30 milhões de barris diários (mb/d) o resto do ano.

"A estabilidade relativa dos preços durante 2013 é um indício de que o mercado está adequadamente abastecido", assinala a organização em sua declaração final.

A organização acrescenta que as oscilações dos preços se devem às "tensões geopolíticas", em aparente alusão à guerra na Síria e às tensões no Oriente Médio em geral.

Os delegados se mostraram satisfeitos com o preço atual, que no caso do barril da Opep oscilou entre US$ 96 e US$ 104 nos dois últimos meses.

Em 2013, esse barril foi vendido a uma média de US$ 106, depois que em abril o preço diário caiu abaixo da barreira dos US$ 100, valor que voltou a recuperar em maio. Ontem era cotado a US$ 99,77.


Apesar dessa estabilidade dos preços, os ministros alertaram que 3,2% do crescimento econômico mudial previsto para este ano pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) está em perigo devido à fraqueza dos países mais industrializados, especialmente os europeus.

"Todo mundo concordou em manter o nível de produção. Estamos seguindo o mercado e a demanda devido à situação econômica na Europa, que é difícil", explicou ao término da reunião o titular venezuelano de Petróleo, Rafael Ramírez.

O ministro ressaltou que a Opep deve "defender os preços" atuais de cerca de US$ 100 por barril e declarou que todos os parceiros concordaram com os números de produção.

De fato, a declaração final indica que os "países-membros devem aderir ao teto da produção atual de 30 mb/d", quando a produção real do grupo supera esse número em cerca de 500 mil barris.

Os países do Golfo - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Catar - abriram mais as torneiras nos últimos meses e com isso substituíram os barris que o Irã deixou de exportar devido às sanções internacionais impostas por seu programa nuclear.


Por outro lado, a Opep argumenta que, embora a demanda mundial aumente neste ano cerca de 800 mil barris, até os 89,7 mb/d, o atual nível de reservas e a alta em 1 mb/d do bombeamento dos países que não pertencem à organização será mais do que suficiente para cobrir esse aumento do consumo.

Parte desse aumento da produção dos concorrentes da Opep se deve ao auge do petróleo de xisto nos EUA, uma forma de extração não convencional que reduziu as importações do país americano.

Isso afetou vários membros do grupo, como a Nigéria e Angola, que agora vendem menos cru ao gigante americano.

As importações de petróleo dos EUA caíram 21% no ano passado, o mínimo em 15 anos, segundo o Departamento americano de Energia.

Estes petróleos não convencionais foram um dos temas tratados nesta reunião e o próprio secretário-geral da Opep, Abdullah O-Badri, disse hoje que ainda é preciso estudar o efeito sobre o meio ambiente do denominado "fracking" e se é sustentável com o tempo.

O grupo petroleiro anunciou que realizará sua próxima reunião ordinária em 4 de dezembro em Viena, quando será eleito um novo secretário-geral.

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Viena - A Opep decidiu nesta sexta-feira manter seu teto de produção de petróleo , ao considerar que o mercado está bem abastecido com o barril a US$ 100, embora tenha avisado que a incerteza sobre a economia europeia podem afetar a demanda.

A reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores e Petróleo (Opep) realizada em Viena terminou com a decisão esperada pelos mercados e se traduz em manter o nível de produção em 30 milhões de barris diários (mb/d) o resto do ano.

"A estabilidade relativa dos preços durante 2013 é um indício de que o mercado está adequadamente abastecido", assinala a organização em sua declaração final.

A organização acrescenta que as oscilações dos preços se devem às "tensões geopolíticas", em aparente alusão à guerra na Síria e às tensões no Oriente Médio em geral.

Os delegados se mostraram satisfeitos com o preço atual, que no caso do barril da Opep oscilou entre US$ 96 e US$ 104 nos dois últimos meses.

Em 2013, esse barril foi vendido a uma média de US$ 106, depois que em abril o preço diário caiu abaixo da barreira dos US$ 100, valor que voltou a recuperar em maio. Ontem era cotado a US$ 99,77.


Apesar dessa estabilidade dos preços, os ministros alertaram que 3,2% do crescimento econômico mudial previsto para este ano pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) está em perigo devido à fraqueza dos países mais industrializados, especialmente os europeus.

"Todo mundo concordou em manter o nível de produção. Estamos seguindo o mercado e a demanda devido à situação econômica na Europa, que é difícil", explicou ao término da reunião o titular venezuelano de Petróleo, Rafael Ramírez.

O ministro ressaltou que a Opep deve "defender os preços" atuais de cerca de US$ 100 por barril e declarou que todos os parceiros concordaram com os números de produção.

De fato, a declaração final indica que os "países-membros devem aderir ao teto da produção atual de 30 mb/d", quando a produção real do grupo supera esse número em cerca de 500 mil barris.

Os países do Golfo - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Catar - abriram mais as torneiras nos últimos meses e com isso substituíram os barris que o Irã deixou de exportar devido às sanções internacionais impostas por seu programa nuclear.


Por outro lado, a Opep argumenta que, embora a demanda mundial aumente neste ano cerca de 800 mil barris, até os 89,7 mb/d, o atual nível de reservas e a alta em 1 mb/d do bombeamento dos países que não pertencem à organização será mais do que suficiente para cobrir esse aumento do consumo.

Parte desse aumento da produção dos concorrentes da Opep se deve ao auge do petróleo de xisto nos EUA, uma forma de extração não convencional que reduziu as importações do país americano.

Isso afetou vários membros do grupo, como a Nigéria e Angola, que agora vendem menos cru ao gigante americano.

As importações de petróleo dos EUA caíram 21% no ano passado, o mínimo em 15 anos, segundo o Departamento americano de Energia.

Estes petróleos não convencionais foram um dos temas tratados nesta reunião e o próprio secretário-geral da Opep, Abdullah O-Badri, disse hoje que ainda é preciso estudar o efeito sobre o meio ambiente do denominado "fracking" e se é sustentável com o tempo.

O grupo petroleiro anunciou que realizará sua próxima reunião ordinária em 4 de dezembro em Viena, quando será eleito um novo secretário-geral.

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