O que economistas que serviram à Casa Branca acham de Trump
Mesmo os economistas que serviram durante gestões republicanas não declaram apoio ao candidato, segundo levantamento do Wall Street Journal
João Pedro Caleiro
Publicado em 30 de agosto de 2016 às 06h00.
São Paulo - Recentemente, o Wall Street Journal entrou em contato com 45 economistas que já passaram pelo Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca durante gestões republicanas e democratas.
O órgão é ligado ao Executivo e tem como função analisar dados e aconselhar o presidente sobre política econômica; é formado por três membros indicados pelo presidente, e o líder também precisa ser aprovado pelo Senado.
Nenhum dos ex-assessores ouvidos pelo jornal declarou apoio a Donald Trump ; alguns afirmam que vão votar por Hillary Clinton e outros preferem não declarar nenhum apoio.
“Eu conheci pessoalmente todos os candidatos republicanos desde Richard Nixon. Todos mostravam um entendimento real de Economia e assuntos internacionais. A mesma coisa era verdadeira para Mitt Romney. Donald Trump não tem isso e não parece preocupado em ter, e só isso já o desqualifica, no meu julgamento", diz Martin Feldstein, líder do conselho na gestão do republicano Ronald Reagan.
São citadas questões de temperamento e de ignorância; um dos conselheiros de George W. Bush diz que as declarações de Trump são baseada em medo e xenofobia (ele vai apoiar Hillary).
William Nordhaus, membro na gestão de Jimmy Carter, diz que Hillary tem "várias propostas sensíveis" mas se preocupa com sua mudança de posição sobre acordos comerciais.
"Ela rompeu com uma linhagem de presidentes democratas desde Franklin Roosevelt, o que é genuinamente preocupante já que essa é uma das poucas áreas onde os presidentes são poderosos".
Hillary era uma entusiasta da Parceria Transpacífica (TPP) mas agora a rejeita, um movimento calculado para agradar à ala mais liberal do seu partido e neutralizar críticas de Trump.
Kathryn Shaw e Robert Lawrence, ambos conselheiros na gestão de Bill Clinton, também apoiam Hillary mas com reservas em relação à sua política comercial.
Contexto
Em junho, a Moody's Analytics lançou um relatório com previsões sombrias para a economia global com Trump presidente. Mais recentemente, foi a vez do banco Citi dizer que a vitória do republicano causaria uma recessão.
Vários deputados, senadores e governadores republicanos já declararam que não pretendem votar no candidato do seu próprio partido.
Atualmente, o único nome acadêmico na equipe econômica de Trump é Peter Navarro, professor da Universidade da Califórnia em Irvine e autor de livros críticos sobre a China.
Em entrevista para EXAME.com, ele diz que o plano econômico de Trump está focado em quatro áreas de reforma de política pública: impostos, comércio, energia e regulação.
"Este pacote de reformas está desenhado para dobrar a taxa de crescimento do PIB americano, trazendo ela de volta para o padrão histórico e assim gerando milhões de empregos e trilhões de dólares em receitas adicionais de impostos, mais do que suficientes para compensar quaisquer cortes".
São Paulo - Recentemente, o Wall Street Journal entrou em contato com 45 economistas que já passaram pelo Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca durante gestões republicanas e democratas.
O órgão é ligado ao Executivo e tem como função analisar dados e aconselhar o presidente sobre política econômica; é formado por três membros indicados pelo presidente, e o líder também precisa ser aprovado pelo Senado.
Nenhum dos ex-assessores ouvidos pelo jornal declarou apoio a Donald Trump ; alguns afirmam que vão votar por Hillary Clinton e outros preferem não declarar nenhum apoio.
“Eu conheci pessoalmente todos os candidatos republicanos desde Richard Nixon. Todos mostravam um entendimento real de Economia e assuntos internacionais. A mesma coisa era verdadeira para Mitt Romney. Donald Trump não tem isso e não parece preocupado em ter, e só isso já o desqualifica, no meu julgamento", diz Martin Feldstein, líder do conselho na gestão do republicano Ronald Reagan.
São citadas questões de temperamento e de ignorância; um dos conselheiros de George W. Bush diz que as declarações de Trump são baseada em medo e xenofobia (ele vai apoiar Hillary).
William Nordhaus, membro na gestão de Jimmy Carter, diz que Hillary tem "várias propostas sensíveis" mas se preocupa com sua mudança de posição sobre acordos comerciais.
"Ela rompeu com uma linhagem de presidentes democratas desde Franklin Roosevelt, o que é genuinamente preocupante já que essa é uma das poucas áreas onde os presidentes são poderosos".
Hillary era uma entusiasta da Parceria Transpacífica (TPP) mas agora a rejeita, um movimento calculado para agradar à ala mais liberal do seu partido e neutralizar críticas de Trump.
Kathryn Shaw e Robert Lawrence, ambos conselheiros na gestão de Bill Clinton, também apoiam Hillary mas com reservas em relação à sua política comercial.
Contexto
Em junho, a Moody's Analytics lançou um relatório com previsões sombrias para a economia global com Trump presidente. Mais recentemente, foi a vez do banco Citi dizer que a vitória do republicano causaria uma recessão.
Vários deputados, senadores e governadores republicanos já declararam que não pretendem votar no candidato do seu próprio partido.
Atualmente, o único nome acadêmico na equipe econômica de Trump é Peter Navarro, professor da Universidade da Califórnia em Irvine e autor de livros críticos sobre a China.
Em entrevista para EXAME.com, ele diz que o plano econômico de Trump está focado em quatro áreas de reforma de política pública: impostos, comércio, energia e regulação.
"Este pacote de reformas está desenhado para dobrar a taxa de crescimento do PIB americano, trazendo ela de volta para o padrão histórico e assim gerando milhões de empregos e trilhões de dólares em receitas adicionais de impostos, mais do que suficientes para compensar quaisquer cortes".