Exame Logo

O que acontece com o BC se a inflação superar teto da meta?

Em 2002, 2003 e 2004, o teto da meta foi rompido e presidentes do Banco Central tiveram que se explicar

Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA-15 desacelerou de 0,38% em junho para 0,07% em julho (Marcelo Camargo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2013 às 06h12.

São Paulo – A presidente Dilma prometeu na semana passada que o Brasil vai encerrar o ano com a inflação dentro da meta.Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA-15 desacelerou de 0,38% em junho para 0,07% em julho – e para alguns analistas, isso indica uma possível deflação no mês.A inflação oficial do governo, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,26% em junho. Considerando os últimos doze meses o índice foi para 6,70%, acima do teto da meta, 6,50%. Se o índice terminar o ano acima da meta, o que isso implicaria para o Banco Central?

Pelo regime de metas de inflação, o Banco Central se compromete a atuar para garantir que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente. Se o índice ultrapassar o teto da meta, o presidente do Banco Central fica encarregado de mandar uma carta aberta ao Ministro da Fazenda explicando as razões para o descumprimento e as providências para retornar à trajetória de metas.
Em 2002, 2003 e 2004, o teto da meta foi rompido. Armínio Fraga e Henrique Meirelles, respectivamente, enviaram suas explicações.

Em 2001, quando Armínio Fraga estava à frente do Banco Central, a inflação atingiu 7,7%, acima do teto da meta inflacionária daquele ano, 6%. Na carta enviada a Pedro Malan, então Ministro da Fazenda, em 2002, Armínio Fraga justificou que “choques externos e internos” que atingiram a economia brasileira em 2001 levaram a inflação para acima da meta. Os “choques” incluíam tarifas de energia elétrica, crise Argentina e ataques terroristas nos EUA – e, consequentemente, depreciação do real. A Selic havia começado o ano em 15,75% e chegou a dezembro de 2001 em 19%.

Apesar de a carta aberta dizer que a tendência da inflação era declinante, em 2002, a inflação rompeu novamente o teto da meta e uma nova carta aberta foi emitida em 2003. O IPCA, em 2002, alcançou 12,5%, também acima da meta, e a Selic terminou o ano em 25%. Em 2004, Henrique Meirelles escreveu uma nova carta, porque em 2003 a inflação também ficou acima do teto da meta.

Em comentário divulgado na sexta-feira, antes da divulgação do IPCA-15, o Itaú Unibanco afirmou que a inflação, provavelmente, será menor nos próximos meses, mas, apesar disso, a depreciação do real, em um cenário com um mercado de trabalho ainda apertado, adiciona um risco de elevação da perspectiva de inflação no médio prazo.O próprio Banco Central manifestou atenção com o câmbio na ata do Copom divulgada nessa semana. O Itaú Unibanco projeta que a inflação irá encerrar o ano em 6,1% - abaixo, portanto, do teto da meta, 6,5%.

Veja também

São Paulo – A presidente Dilma prometeu na semana passada que o Brasil vai encerrar o ano com a inflação dentro da meta.Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA-15 desacelerou de 0,38% em junho para 0,07% em julho – e para alguns analistas, isso indica uma possível deflação no mês.A inflação oficial do governo, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,26% em junho. Considerando os últimos doze meses o índice foi para 6,70%, acima do teto da meta, 6,50%. Se o índice terminar o ano acima da meta, o que isso implicaria para o Banco Central?

Pelo regime de metas de inflação, o Banco Central se compromete a atuar para garantir que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente. Se o índice ultrapassar o teto da meta, o presidente do Banco Central fica encarregado de mandar uma carta aberta ao Ministro da Fazenda explicando as razões para o descumprimento e as providências para retornar à trajetória de metas.
Em 2002, 2003 e 2004, o teto da meta foi rompido. Armínio Fraga e Henrique Meirelles, respectivamente, enviaram suas explicações.

Em 2001, quando Armínio Fraga estava à frente do Banco Central, a inflação atingiu 7,7%, acima do teto da meta inflacionária daquele ano, 6%. Na carta enviada a Pedro Malan, então Ministro da Fazenda, em 2002, Armínio Fraga justificou que “choques externos e internos” que atingiram a economia brasileira em 2001 levaram a inflação para acima da meta. Os “choques” incluíam tarifas de energia elétrica, crise Argentina e ataques terroristas nos EUA – e, consequentemente, depreciação do real. A Selic havia começado o ano em 15,75% e chegou a dezembro de 2001 em 19%.

Apesar de a carta aberta dizer que a tendência da inflação era declinante, em 2002, a inflação rompeu novamente o teto da meta e uma nova carta aberta foi emitida em 2003. O IPCA, em 2002, alcançou 12,5%, também acima da meta, e a Selic terminou o ano em 25%. Em 2004, Henrique Meirelles escreveu uma nova carta, porque em 2003 a inflação também ficou acima do teto da meta.

Em comentário divulgado na sexta-feira, antes da divulgação do IPCA-15, o Itaú Unibanco afirmou que a inflação, provavelmente, será menor nos próximos meses, mas, apesar disso, a depreciação do real, em um cenário com um mercado de trabalho ainda apertado, adiciona um risco de elevação da perspectiva de inflação no médio prazo.O próprio Banco Central manifestou atenção com o câmbio na ata do Copom divulgada nessa semana. O Itaú Unibanco projeta que a inflação irá encerrar o ano em 6,1% - abaixo, portanto, do teto da meta, 6,5%.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraInflaçãoMercado financeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame