O Nafta 2.0 vai finalmente sair do papel?
O governo americano deve se encontrar com o mexicano nesta quinta-feira para relatar um avanço nas negociações com o país vizinho.
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2018 às 06h06.
Última atualização em 23 de agosto de 2018 às 06h54.
Está marcado para esta quinta-feira um anúncio que pode definir a relação entre os Estados Unidos e o México no Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio). O governo americano vai se encontrar com o mexicano para relatar um avanço nas negociações com o país vizinho.
O evento é considerado um marco porque pode incluir detalhes sobre acordos posteriores, com o México e com o Canadá. Além disso, a reunião pode contrariar Trump, que afirmou que “não tinha pressa” para fechar um acordo com os países. “Queremos o acordo certo, justo para nós, ou não faremos Nafta algum”, afirmou o presidente, na semana passada.
Os acordos estão travados desde o início do governo Trump. O Nafta, que está em vigor desde 1994, não é renovado desde 2006, e tem como principal entrave o próprio presidente americano. No início do ano, Trump classificou o acordo como um “desastre”, e ameaçou deixar o Nafta caso a negociação não beneficiasse os Estados Unidos. A relação entre o governo mexicano e o americano virou o foco das discussões, retomadas no mês passado e interrompidas pelas eleições presidenciais no México.
Montadoras estrangeiras com fábricas dos Estados Unidos não apoiam o plano do presidente Donald Trump para elevar o conteúdo local em veículos fabricados na América do Norte. Trump já tinha proposto mudança nas tarifas cobradas para os veículos fabricados no Canadá ou no México, e que seriam vendidos nos Estados Unidos.
Na semana passada, o grupo que representa empresas como Toyota, Volkswagen e Hyundai enviou a parlamentares a carta “Here for America”, com o objetivo de aumentar a resistência a um renovado acordo com parlamentares do sul dos EUA, onde montadoras estrangeiras construíram fábricas.
O que está em jogo com a indecisão do acordo é o valor de 1,2 trilhão de dólares em trocas comerciais e cerca de 14 milhões de empregos diretamente ligados ao Nafta.