Economia

O gigante chinês continua faminto — mas seu "paladar" mudou

Segundo um novo estudo, o consumo chinês deverá saltar dos US$ 3,7 trilhões registrados em 2014 para US$ 6,4 trilhões em 2025


	Shopping na China: o consumo interno deve chegar a US$ 6,4 trilhões em 2025, prevê estudo.
 (Getty Images)

Shopping na China: o consumo interno deve chegar a US$ 6,4 trilhões em 2025, prevê estudo. (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 17h32.

São Paulo - A economia da China já não cresce como antes. Porém, o aumento do poder aquisitivo dos chineses nos últimos anos representa, mais do que nunca, uma tremenda oportunidade para os negócios — especialmente para os setores de serviço e tecnologia.

Segundo um novo estudo, em apenas uma década, o consumo chinês deverá saltar dos US$ 3,7 trilhões registrados em 2014 para US$ 6,4 trilhões em 2025.

É um aumento vertiginoso, que representa cerca de 70% de todo consumo interno do país no ano passado, segundo dados do estudo produzido pelo think tank Demand Institute.

A pesquisa estima que o consumo da sociedade chinesa deve crescer a uma média de 5,2% ao ano durante a próxima década. Nesse ritmo, o consumo acumulado do país vai bater vultosos US$ 56 trilhões de hoje até 2025.

De acordo com o estudo, o consumo interno se firma como um novo motor de crescimento do país, capaz de compensar a quebra da produção industrial. Em 2025, o consumo deverá responder por 42% do PIB total, acima dos atuais 37%.

Apesar da redução do crescimento econômico, o país continua faminto, mas seu "apetite" dá sinais de mudança.

Com a diversificação da economia chinesa, o país passou a demandar menos materiais básicos e mais produtos e serviços de tecnologia, sinais da vitalidade da classe média urbana chinesa, que hoje já é a maior do mundo.

Exemplo disso é a venda de smartphones no país. Para se ter uma ideia, a Apple registrou um aumento extraordinário de 99% na receita no quarto trimestre na China em relação ao ano passado.

Apesar do cenário promissor para vendas, o estudo adverte que o crescimento do consumo chinês será "altamente irregular" e exigirá que os "líderes empresariais saibam priorizar mercados no país".

Segundo a pesquisa, megacidades como Pequim, Shangai e Chongquing estão entre as mais promissoras para as empresas do setor de consumo. Mas outras cidades menores também estão no pário, incluindo Fuzhou, Xiamen, Dongguan, Wuhan, Nanjing, Dalian e muitas outras.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaConsumo

Mais de Economia

Para investidor estrangeiro, "barulho local" sobre a economia contamina preços e expectativas

Qual estado melhor devolve à sociedade os impostos arrecadados? Estudo exclusivo responde

IPCA-15 de novembro sobe 0,62%; inflação acumulada de 12 meses acelera para 4,77%

Governo corta verbas para cultura via Lei Aldir Blanc e reduz bloqueio de despesas no Orçamento 2024