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Novos segredos da fundação do FMI são revelados

"As transcrições de Bretton Woods" foram reunidas em um livro nos EUA e são um "tesouro", segundo o prólogo do livro do ex-diretor geral do FMI

Abertura da conferência de Bretton Woods: em Bretton Woods, como ocorre atualmente, os países agora chamados emergentes buscaram ocupar um lugar na diretoria do FMI (©FMI/AFP / Us National Archivo)
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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2012 às 17h38.

Washington - Várias transcrições inéditas da conferência de Bretton Woods que mostram o difícil nascimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em 1944, foram descobertas em um ministério norte-americano.

"Vim buscar um livro na biblioteca do Tesouro e vi que tinha uma seção 'documentos sem referências'. Simplesmente quis saber o que tinha dentro", contou à AFP, Kurt Schuler, um economista do Departamento do Tesouro.

Ele descobriu vários volumes de capa preta empoeirados, com data de 22 de julho de 1944 sobre a "conferência monetária e financeira das Nações Unidas", mais conhecida como Bretton Woods, a cidade de New Hampshire (nordeste dos EUA) que sediou a reunião.

Schuler encontrou considerações de 44 países que participaram do evento para fundar o novo sistema financeiro internacional, por iniciativa da Grã-Bretanha e seu representante, o célebre economista John Maynard Keynes.

Dois anos depois desta descoberta, "as transcrições de Bretton Woods" foram reunidas em um livro nos EUA e são um "tesouro", segundo o prólogo do livro do ex-diretor geral do FMI, o francês Jacques de Larosière.

"Apesar de haver milhares de páginas escritas sobre Bretton Woods, nada se compara a uma transcrição direta", destacou.

Segundo os documentos, os debates mais acalorados naquela época não eram muito distintos dos que acontecem hoje no FMI.


Vários países se opuseram às quotas que receberam, que determinam o direito de voto, ou seja, a seu peso nas decisões do organismo.

"É com grande decepção que notamos que as quotas que estabeleceram não respondem a nossas expectativas", disse o representante francês Pierre Mendès em nome do "governo provisório da República francesa".

Em Bretton Woods, como ocorre atualmente, os países agora chamados emergentes buscaram ocupar um lugar na diretoria do FMI, o principal órgão de decisão do organismo.

"Acreditamos que os países do Oriente Médio deveriam obter um lugar como uma única entidade", afirmou o representante egípcio. Seu desejo nunca se cumpriu.

Atualmente, o FMI tem uma reforma aprovada de suas quotas desde 2010, mas ainda não foi implantada. Apenas dois países dentro do organismo não confirmaram: Estados Unidos e Argentina.

Além das diferenças entre os países, os textos encontrados permitem observar a formação de um organismo que reunia a comunidade internacional dois anos antes da ONU.

"É um enfoque da cooperação econômica totalmente diferente que prevalecia antes da guerra", disse Schuler.

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Washington - Várias transcrições inéditas da conferência de Bretton Woods que mostram o difícil nascimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, em 1944, foram descobertas em um ministério norte-americano.

"Vim buscar um livro na biblioteca do Tesouro e vi que tinha uma seção 'documentos sem referências'. Simplesmente quis saber o que tinha dentro", contou à AFP, Kurt Schuler, um economista do Departamento do Tesouro.

Ele descobriu vários volumes de capa preta empoeirados, com data de 22 de julho de 1944 sobre a "conferência monetária e financeira das Nações Unidas", mais conhecida como Bretton Woods, a cidade de New Hampshire (nordeste dos EUA) que sediou a reunião.

Schuler encontrou considerações de 44 países que participaram do evento para fundar o novo sistema financeiro internacional, por iniciativa da Grã-Bretanha e seu representante, o célebre economista John Maynard Keynes.

Dois anos depois desta descoberta, "as transcrições de Bretton Woods" foram reunidas em um livro nos EUA e são um "tesouro", segundo o prólogo do livro do ex-diretor geral do FMI, o francês Jacques de Larosière.

"Apesar de haver milhares de páginas escritas sobre Bretton Woods, nada se compara a uma transcrição direta", destacou.

Segundo os documentos, os debates mais acalorados naquela época não eram muito distintos dos que acontecem hoje no FMI.


Vários países se opuseram às quotas que receberam, que determinam o direito de voto, ou seja, a seu peso nas decisões do organismo.

"É com grande decepção que notamos que as quotas que estabeleceram não respondem a nossas expectativas", disse o representante francês Pierre Mendès em nome do "governo provisório da República francesa".

Em Bretton Woods, como ocorre atualmente, os países agora chamados emergentes buscaram ocupar um lugar na diretoria do FMI, o principal órgão de decisão do organismo.

"Acreditamos que os países do Oriente Médio deveriam obter um lugar como uma única entidade", afirmou o representante egípcio. Seu desejo nunca se cumpriu.

Atualmente, o FMI tem uma reforma aprovada de suas quotas desde 2010, mas ainda não foi implantada. Apenas dois países dentro do organismo não confirmaram: Estados Unidos e Argentina.

Além das diferenças entre os países, os textos encontrados permitem observar a formação de um organismo que reunia a comunidade internacional dois anos antes da ONU.

"É um enfoque da cooperação econômica totalmente diferente que prevalecia antes da guerra", disse Schuler.

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