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Novo texto da MP da Liberdade Econômica facilita trabalho aos domingos

Com MP da Liberdade Econômica prestes a expirar, o relator Jerônimo Goergen (PP-RS) enviou aos líderes da Câmara um novo texto

deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da MP da Liberdade Econômica: medidas vão desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios, segundo o governo (Michel Jesus/Agência Câmara)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 17h59.

Última atualização em 10 de agosto de 2019 às 18h23.

Com a Medida Provisória da Liberdade Econômica perdendo a validade no fim do mês, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da medida, enviou ontem aos líderes da Câmara um novo texto. Entre as mudanças está a possibilidade de que empregados trabalhem aos domingos, desde que seja dada uma folga nesse dia a cada sete semanas.

Acertado com o governo, a intenção do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia , é votar essa versão no plenário da Casa na próxima terça-feira. A MP da Liberdade Econômica, enviada pelo governo ao Congresso no final de abril, prevê uma série de medidas que têm por objetivo, segundo o Ministério da Economia, desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios no País, facilitando a vida das empresas, principalmente das de pequeno porte. Entre as medidas está o fim da necessidade de licenças e alvarás para negócios de baixo risco

A nova redação do texto, obtida pelo Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, manteve alterações na legislação trabalhista feitas por Georgen ainda na Comissão Especial que analisou a matéria, como a permissão de trabalho aos domingos e feriados. No relatório aprovado na Comissão era obrigatória uma folga no domingo a cada quatro semanas. O novo texto prevê que esse repouso se dê nesse dia pelo menos uma vez a cada sete semanas.

Outra alteração incluída no novo texto é a criação de um documento único para operação de transportes, que conterá todos os dados tributários, logísticos, sanitários e outros - o chamado Documento Eletrônico de Transporte. A unificação dos documentos havia sido prometida pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, em negociação com caminhoneiros.

A emenda redigida agora por Goergen retirou pontos que criaram polêmica e que haviam sido incluídos por ele em seu relatório ainda na Comissão Especial, que apreciou o texto em julho. Deixou de fora, por exemplo, artigo que desobrigava empresas ou locais de obras com menos de 20 trabalhadores de constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Essa era uma das principais reclamações da oposição.

Também saíram do texto o fim do adicional de periculosidade para motoboys, a ampliação de receitas com corridas de cavalo e a possibilidade de termo de compromisso lavrado por autoridade trabalhista ter precedência sobre ajuste de conduta como os firmados pelo Ministério Público.

"O presidente Rodrigo Maia pediu para fazermos alterações. Foram detalhes que trariam um pesado debate em plenário e poderiam inviabilizar a votação da MP", afirmou Goergen. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na quarta-feira, o secretário especial de Desburocratização e Gestão do Ministério da Economia, Paulo Uebel, havia antecipado que esses pontos deveriam ficar de fora.

Também foi retirada do texto a previsão de anistia de multas por descumprimento à tabela do frete. Segundo Goergen, isso foi acertado com o governo, que negocia um acordo com caminhoneiros e se comprometeu a resolver as questões da multa nessa negociação.

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