Economia

Setor de veículos vê agosto recorde após resultados de julho

A expectativa da Anfavea é alta de 4 a 5 por cento nas vendas de veículos novos no mercado interno, para entre 3,77 e 3,81 milhões de unidades

Carros novos são transportados em caminhão (Reuters / Paulo Whitaker)

Carros novos são transportados em caminhão (Reuters / Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 22h44.

São Paulo  - A indústria brasileira de veículos estimou nesta segunda-feira que deverá ter um desempenho recorde de vendas e produção em agosto, após encerrar julho com o segundo melhor volume de vendas em um momento em que o setor é incentivado por redução de imposto válida até o final deste mês.

A associação que representa as montadoras de veículos instaladas no país, Anfavea, também manteve suas previsões de crescimento de vendas e produção em 2012, apoiada na expectativa de que o cenário de redução de juros e estímulos à economia dados pelo governo vão ser suficientes para reativar o crescimento brasileiro.

"Estamos confiantes de que poderemos chegar a 4 por cento de crescimento. A economia vai aquecer no segundo semestre e, consequentemente, vai puxar as vendas de veículos", disse o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, a jornalistas.

O comentário do executivo, também presidente do grupo Fiat para América Latina, foi feito apesar de nova redução na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apurada na pesquisa Focus, do Banco Central, que nesta segunda-feira foi revisto de alta de 1,9 para 1,85 por cento .

A expectativa da Anfavea é alta de 4 a 5 por cento nas vendas de veículos novos no mercado interno, para entre 3,77 e 3,81 milhões de unidades. Para a produção, que acumula queda de 8,5 por cento de janeiro a julho, a previsão é de alta de 2 por cento, a 3,475 milhões de veículos.


"Entendemos que com a economia girando, com redução de juros e mantendo o crédito, (a indústria de veículos) deve ter uma tendência de crescimento", disse Belini.

Mais cedo, a Anfavea divulgou alta de 8,8 por cento na produção de julho sobre junho, para 297,8 mil veículos, e crescimento de 3,1 nas vendas, a 364,2 mil unidades, recorde para o mês .

Para agosto, a expectativa de Belini é de recorde de vendas e produção em meio a um possível efeito de antecipação de compras de consumidores interessados em aproveitar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O corte no imposto foi anunciado no final de maio e se encerra dia 31, se não for prorrogado por mais alguns meses como aconteceu por diversas vezes anteriormente.

O recorde histórico de vendas foi alcançado em dezembro de 2010, com licenciamentos de 381,6 mil veículos, 17,4 mil unidades a mais que o registrado em julho. Já o recorde de produção foi estabelecido em agosto de 2011, com 326,2 mil unidades, 28,4 mil unidades acima do fabricado no mês passado.

Sem conversas - Além da esperada antecipação de compras, a Anfavea trabalha com um cenário de um agosto longo, com 23 dias úteis de vendas ante 22 em julho, e um nível de estoques de veículos de 27 dias, equivalente a 329,36 mil unidades, ante 29 dias em junho.

Belini afirmou que a Anfavea não conversa com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, "desde a redução do IPI" no final de maio, mas afirmou que "seria muito importante manter a redução, embora as informações oficiais são de que (o desconto) se encerra em 31 de agosto".

No final de julho, uma fonte da equipe econômica do governo que participa das negociações com as montadoras afirmou à Reuters que a redução do imposto deve ser prorrogada por mais dois meses .

Apesar da expectativa de crescimento no segmento de veículos leves, em caminhões a perspectiva é negativa. Nos primeiros sete meses do ano, as vendas de caminhões acumulam tombo de 17,4 por cento sobre o mesmo período de 2011 e a produção despencou 39,4 por cento, pressionada por fraco crescimento do investimento, mudança no regime de emissões de poluentes e forte antecipação de compras ocorrida no ano passado.

"A recuperação nas vendas de caminhões no ano é muito difícil, está demorando mais que o esperado", disse Belini. "O que precisa agora é o PIB crescer." 

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