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Nordeste precisa investir R$ 25,8 bi nos próximos oito anos

De acordo com o estudo da CNI, o investimento total para resolver os problemas de logística nos estados do Nordeste chega a R$ 71 bilhões para tocar 196 projetos

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade: o estudo Nordeste Competitivo é o terceiro de uma série para identificar gargalos no desenvolvimento do país (Elza Fiúza/ABr)
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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 15h51.

Brasília - A Região Nordeste precisa investir R$ 25,8 bilhões em rodovias, ferrovias, hidrovias e portos a fim de evitar gargalos no escoamento de produção. O dado faz parte do estudo Nordeste Competitivo, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado hoje (30). Segundo o levantamento, o valor deve ser aplicado nos próximos oito anos em 83 projetos eleitos como prioritários, sendo que a maior parte deles - 90% - diz respeito à ampliação e modernização de portos e ferrovias. Caso o investimento não ocorra, a pesquisa prevê entrave ao transporte de cargas na região.

De acordo com o estudo da CNI, o investimento total para resolver os problemas de logística nos estados do Nordeste chega a R$ 71 bilhões para tocar 196 projetos. No entanto, com foco inicial somente nos prioritários, o estudo aponta que seria possível recuperar o valor investido em uma média de 4,4 anos, com a economia de R$ 30,2 bilhões gastos na região com frete, pedágios, transbordo e tarifas portuárias.

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Durante a divulgação dos dados, representantes da CNI defenderam a colaboração entre os setores público e privado para garantir as reformas necessárias. "Sugerimos que uma força-tarefa multidisciplinar [envolvendo setor público e privado] seja criada", disse Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

"Não podemos deixar que esse trabalho [a pesquisa] morra nas gavetas dos móveis das autoridades governamentais", afirmou José de Freitas Mascarenhas, vice-presidente da entidade e presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). Segundo ele, o estudo Nordeste Competitivo teve a colaboração dos governos estaduais e será levado a representantes do governo federal.

A pesquisa destaca que a Região Nordeste responde por 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro - soma de todas as riquezas produzidas pelo país. O estudo prevê que, sem os investimentos necessários, a região enfrentará, a partir de 2020, uma situação crítica para escoar produtos e bens.


O trecho de ferrovias Açailândia-Marabá, por exemplo, que liga duas cidades paraenses, mas corta o Nordeste, recebe 279 mil toneladas de carga diariamente. A capacidade máxima é 311 mil toneladas. A previsão é que, em 2020, o volume diário de carga da rodovia chegue a 877 mil toneladas.

A situação dos portos também deixa a desejar. De acordo com o levantamento, atualmente, dois portos nordestinos - Complexo Portuário de São Luís, no Maranhão, e o Porto de Recife, na capital pernambucana - operam acima de sua capacidade. No entanto, a previsão é de que, em 2020, seis portos operem acima da capacidade e mais dois sofram com gargalos. Os casos mais críticos devem ser os do Complexo Portuário de São Luís e do Porto de Natal.

Quanto às rodovias que cruzam a região, três apresentam gargalos, com carros e caminhões transportando carga que ultrapassa em 65% o peso suportado por essas estradas. Segundo o estudo da CNI, uma simulação de crescimento da produção até 2020 mostra que, sem investimentos, nove rodovias serão usadas acima de sua capacidade no prazo de oito anos. Duas delas podem apresentar estado crítico, ultrapassando em 151% o peso máximo suportado.

O estudo Nordeste Competitivo é o terceiro de uma série para identificar gargalos no desenvolvimento do país. Já foram divulgadas pela CNI as pesquisas Norte Competitivo e Sul Competitivo. A primeira revelou necessidade de investir R$ 13,8 bilhões em obras prioritárias na Região Norte. A segunda mostrou demanda por R$ 15,2 bilhões para os investimentos mais urgentes na Região Sul. Um estudo semelhante sobre a Região Centro-Oeste já está em andamento e deve ser divulgado no 2° trimestre de 2013.

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