No governo Dilma, país cresce pouco, diz assessor de Marina
Na avaliação do economista, a economia do Brasil vive uma estagflação, com a inflação "teimosamente no teto" de 6,5% e que é "artificialmente represada"
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2014 às 13h59.
São Paulo - O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos assessores econômicos de Marina Silva , afirmou que o Brasil passa por uma "tremenda reversão de expectativas" a partir de 2011, com o governo Dilma Rousseff.
Ele destacou que de 2003 a 2010, o Brasil cresceu a média de 4%, mas na gestão de Dilma "deverá ser uma média de 1,8%, a mais baixa desde Collor e Floriano Peixoto".
Na avaliação do economista, a economia do Brasil vive uma estagflação, com a inflação "teimosamente no teto" de 6,5% e que é "artificialmente represada."
Além disso, ele destacou que o déficit de transações correntes ao redor de 3,5% do PIB é elevado para um país que cresce muito pouco e tem um patamar de preços alto.
"Isso é uma situação pouco usual", destacou. Segundo ele, enquanto os investidores internacionais estiverem financiando a economia doméstica, não há problemas. Contudo, disse que se esse quadro for revertido, o Brasil pode enfrentar uma crise de contas externas.
"Estamos com câmbio sobrevalorizado, o que prejudica setores com aspiração de exportar", destacou.
Giannetti disse também que apesar de o país viver um quadro de estagflação, com piora sensível da gestão da economia nos últimos quatro anos, é possível que esse quadro seja revertido pelo próximo governo em 2015.
"A situação é ruim, mas não é desesperadora. Temos plena condição de resolver em 2015. Isso deve ocorrer com a correção das políticas macro e micro com um choque de credibilidade de um novo governo", ponderou.
"Precisamos de correção estrutural. O Estado não cabe mais no PIB brasileiro", ponderou. Ele ilustrou que em 1988, a carga tributária estava entre 24 e 25% do PIB, o setor público investia 3% do produto interno bruto.
"Hoje a carga tributária é de 36% do PIB, há um déficit nominal de 3,5% do PIB", destacou, ressaltando que o patamar de investimentos do Poder Executivo está em 2,5% do PIB.
Giannetti fez os comentários ao participar de evento promovido pela Empiricus Consultoria & Negócios.
Empiricus
O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu uma liminar na qual determinou que a Empiricus Consultoria & Negócios pare de veicular anúncios pagos com referências aos candidatos a presidente da República.
Gonzaga também decidiu que o site Google retire do ar publicidades em que a Empiricus prevê instabilidades econômicas caso a presidente Dilma Rousseff conquiste um segundo mandato e valorização de ações caso o vencedor seja o candidato a presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves.
A Empiricus, uma consultoria que, de acordo com seu site, elabora "recomendações amparadas em estudos financeiros e econômicos", postou anúncios com títulos "Como se Proteger da Dilma: Saiba como proteger o seu patrimônio em caso de Reeleição da Dilma, já" e "E se o Aécio Neves Ganhar? Que ações devem subir se o Aécio Ganhar a eleição? Descubra Aqui, já".
A equipe jurídica da campanha pela reeleição da presidente Dilma entrou no dia 25 de julho com uma representação no TSE contra a Empiricus, Aécio e o Google, pois avaliou que se trata de veiculação indevida de propaganda eleitoral paga na internet.