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Nem a China consegue mais fazer negócios na Coreia do Norte

A relação econômica historicamente próxima entre os dois países começou a amargar desde o ano passado

Em Masik Pass, na Coreia do Norte, o líder Kim Jong Un anda de teleférico para chegar até um resort recém-inaugurado no topo da montanha. (31/12/2013) (REUTERS/Yonhap)

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de fevereiro de 2014 às 07h00.

São Paulo - Apesar de ser um dos países mais fechados do mundo, a Coreia do Norte podia até pouco tempo contar com pelo menos um amigo: a China .

90% do comércio exterior norte-coreano (de meros US$ 6 bilhões) é com os chineses, que devem inaugurar em breve um trem de alta velocidade até a fronteira.

No entanto, a relação já não é a mesma desde que que os testes nucleares do início do ano passado levaram a uma nova rodada de sanções internacionais.

O comércio entre os dois países, por exemplo, caiu 6% na primeira metade de 2013 em comparação com o mesmo período de 2012.

Agora, uma análise feita por um estudante da Universidade John Hopkins e publicada pelo Peterson Institute of International Politics dá alguns exemplos de negócios da China que acabaram furando nos últimos tempos.

Restrições

Um dos casos é o de uma fabricante de geradores elétricos que fazia negócios com várias estatais da Coreia do Norte desde 1985.

Além de terem que lidar com infraestrutura ruim e exigências constantes de suborno, os engenheiros chineses não podiam interagir com ninguém fora do trabalho, eram transportados em um caminhão sem janelas e encontraram escutas em seus alojamentos.


A estatal foi obrigada a terminar a parceria depois que a China proibiu qualquer relação entre os dois países que pudesse envolver troca de tecnologia militar.

Instabilidade

Outro caso analisado é o de uma empresa chinesa de cimento que decidiu investir numa fábrica controlada pelo governo norte-coreano. Várias tentativas de mudanças (e subornos) acabaram levando o projeto ao colapso.

O financiamento havia sido feito através do sistema bancário paralelo e desregulado - o chamado "shadow banking", que cresceu de forma descontrolada na China e é hoje fonte de preocupação dentro e fora do país.

Das quatro parcerias analisadas, a única que ainda resiste é a de uma importadora chinesa de minério de ferro que decidiu fazer um investimento (altamente lucrativo) no setor na Coreia do Norte.

Ainda assim, continuam as reclamações sobre a falta de infraestrutura e a completa imprevisilibidade dos vizinhos.

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São Paulo - Apesar de ser um dos países mais fechados do mundo, a Coreia do Norte podia até pouco tempo contar com pelo menos um amigo: a China .

90% do comércio exterior norte-coreano (de meros US$ 6 bilhões) é com os chineses, que devem inaugurar em breve um trem de alta velocidade até a fronteira.

No entanto, a relação já não é a mesma desde que que os testes nucleares do início do ano passado levaram a uma nova rodada de sanções internacionais.

O comércio entre os dois países, por exemplo, caiu 6% na primeira metade de 2013 em comparação com o mesmo período de 2012.

Agora, uma análise feita por um estudante da Universidade John Hopkins e publicada pelo Peterson Institute of International Politics dá alguns exemplos de negócios da China que acabaram furando nos últimos tempos.

Restrições

Um dos casos é o de uma fabricante de geradores elétricos que fazia negócios com várias estatais da Coreia do Norte desde 1985.

Além de terem que lidar com infraestrutura ruim e exigências constantes de suborno, os engenheiros chineses não podiam interagir com ninguém fora do trabalho, eram transportados em um caminhão sem janelas e encontraram escutas em seus alojamentos.


A estatal foi obrigada a terminar a parceria depois que a China proibiu qualquer relação entre os dois países que pudesse envolver troca de tecnologia militar.

Instabilidade

Outro caso analisado é o de uma empresa chinesa de cimento que decidiu investir numa fábrica controlada pelo governo norte-coreano. Várias tentativas de mudanças (e subornos) acabaram levando o projeto ao colapso.

O financiamento havia sido feito através do sistema bancário paralelo e desregulado - o chamado "shadow banking", que cresceu de forma descontrolada na China e é hoje fonte de preocupação dentro e fora do país.

Das quatro parcerias analisadas, a única que ainda resiste é a de uma importadora chinesa de minério de ferro que decidiu fazer um investimento (altamente lucrativo) no setor na Coreia do Norte.

Ainda assim, continuam as reclamações sobre a falta de infraestrutura e a completa imprevisilibidade dos vizinhos.

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