Magda Chambriard, presidente da Petrobras (Lucas Landau/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 22 de novembro de 2024 às 13h57.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que o foco da companhia para os próximos cinco anos continua sendo a exploração e produção de petróleo e gás. A executiva apresenta na manhã desta sexta-feira seu novo plano de negócios para os anos de 2025 a 2029, em evento na Firjan, no Centro do Rio.
A Petrobras detalhou ontem seu novo plano de negócios para os anos de 2025 a 2029. A estatal vai investir US$ 111 bilhões, uma alta de 8,8% em relação ao plano atual, de US$ 102 bilhões, para os anos de 2024 a 2028.
"O foco continua sendo a exploração e produção. Vamos colocar mais gás no mercado, além de investir em fertilizantes para ampliar o mercado de gás natural. No conjunto da obra, vamos reduzir emissões e contribuir para a segurança energética".
Segundo Magda, a diversificação do portfólio será feita de forma responsável e rentável.
"Não vamos destruir valor. Vamos manter o foco em petróleo e gás. Essa atuação está em sintonia com todas as métricas e cenários do Acordo de Paris. Estamos aumentando em 42% o nível de investimentos em projetos de captura de carbono, transição energética e novas fontes. Isso demonstra o compromisso com o baixo carbono".
Ao traçar uma perspectiva para 2050, Magda explicou que a Petrobras acompanhará o crescimento de 60% no consumo de energia previsto para o país:
"A Petrobras gera um terço da energia primária do Brasil. Se ficarmos parados, perderemos relevância. Por isso, em 2050, estaremos também gerando os mesmos 31% da energia primária consumida no Brasil, mas de um país que consumirá 60% mais. Pretendemos crescer, pelo menos, no mesmo ritmo do país. Vamos investir em diferentes estratégias, bioprodutos e energia de baixo carbono".
Magda lembrou ainda que o foco em petróleo vai continuar nas próximas décadas.
"O foco do petróleo em 2050 será ainda petróleo, mas será mais renovável do que hoje".
Segundo ela, o plano prevê a criação de 315 mil empregos diretos e indiretos. Magda destacou ainda investimentos de R$ 1,5 bilhão em apoio voluntário a projetos sociais e ambientais, além de anunciar que, em breve, a estatal “será o maior patrocinador do futebol feminino”.
Dos US$ 111 bilhões previstos para 2025 e 2029, US$ 98 bilhões estão na carteira de projetos em implantação, enquanto outros US$ 13 bilhões correspondem a projetos em avaliação.
A produção da estatal para o período é estimada em 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed). Ao detalhar o novo plano, a estatal afirmou que buscará conciliar o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono.
“A companhia concentrará seus esforços no aproveitamento destas oportunidades do mercado de óleo e gás, com foco na reposição de reservas, na produção crescente com menor pegada de carbono e na ampliação da oferta de produtos mais sustentáveis e de maior qualidade no seu portfólio”, destacou em comunicado.
Dos projetos em implantação, que somam US$ 98 bilhões, a área de exploração e produção responde pela maior parte, com US$ 76 bilhões. Em seguida, aparecem a área de refino (US$ 16 bilhões) e gás e energias de baixo carbono (US$ 3 bilhões). A área corporativa da estatal absorve outros US$ 3 bilhões.
A companhia aprovou ainda o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários. Dos R$ 20 bilhões que serão pagos, o governo federal vai abocanhar 28,67% desse total, somando R$ 5,734 bilhões, ajudando nas contas públicas. O pagamento aos acionistas desses R$ 20 bilhões será feito em parcela única no dia 23 de dezembro de 2024. Já os detentores de ADRs (títulos negociados no exterior) receberão o pagamento a partir de 03 de janeiro de 2025.
A Petrobras pretende ainda pagar dividendos de até US$ 55 bilhões entre 2025 e 2029.
Na área de exploração e produção, os investimentos cresceram 5% em relação ao plano anterior, com o pré-sal respondendo por 60% do total. Paralelamente, o novo plano inclui projetos para aumentar a disponibilidade de gás e adotar um “olhar mais atento” sobre ativos maduros, com o objetivo de prolongar sua vida produtiva.
A estatal também estima a implantação de 10 novos sistemas de produção até 2029. Além disso, há cinco projetos já em implantação que ultrapassam 2029 e outros seis ainda em estudo.
Já em fertilizantes, serão destinados US$ 900 milhões a projetos como a retomada da construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS), e a reativação da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, em Araucária (PR).
A Petrobras pretende investir US$ 19,6 bilhões no segmento de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes entre 2025 e 2029, representando um aumento de 17% em relação ao plano anterior.
Além disso, a Petrobras está avaliando projetos de biorrefino, como a produção de diesel verde e combustível de aviação sustentável, em parceria com a Refinaria Riograndense (da qual já é acionista) e a Acelen, empresa do fundo árabe Mubadala, que comprou sua unidade de refino na Bahia.
A estatal planeja elevar sua capacidade de refino de 1,813 milhão de barris por dia para 2,105 milhões, um crescimento de 16,10%. O destaque fica para a ampliação da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Levando em conta todas as iniciativas de baixo carbono e os projetos de descarbonização das operações, a Petrobras planeja investir US$ 16,3 bilhões em transição energética, o que representa um aumento de 42% em relação ao plano anterior.
A Petrobras vai investir US$ 2,2 bilhões em etanol. Energia eólica e solar em terra terão recursos de US$ 4,3 bilhões. Hidrogênio verde e azul vai receber US$ 500 milhões. Eólica Offshore e captura de carbono vão contar com US$ 0,9 bilhão.