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Real valorizado tirou 895 empresas do mercado externo

Mesmo que o câmbio torne-se mais favorável à exportação, companhias terão dificuldades para recuperar o espaço perdido, diz CNI

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

Apesar do superávit comercial recorde de 44,7 bilhões de dólares no ano passado, o real valorizado não deixou de prejudicar os negócios das empresas no exterior. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre novembro de 2004 e novembro de 2005, 895 empresas deixaram de exportar seus produtos. Sua saída do mercado externo foi motivada pela queda na rentabilidade das exportações e terá reflexos sobre os investimentos e o desempenho futuro da balança comercial, segundo a CNI.

Nos 12 meses encerrados em novembro, a rentabilidade das exportações caiu 9,6%. Somente no penúltimo mês do ano, o recuo foi de 1,1%. Em alguns casos, a valorização do real tornou inócuos, inclusive, os ganhos que os exportadores teriam com o aumento do preço de seus produtos no mercado mundial. Com isso, várias empresas abandonaram as transações internacionais.

Essa interrupção terá efeitos sobre o desempenho futuro da balança comercial, de acordo com a CNI. Um deles é a queda da taxa de investimentos em projetos voltados para o mercado externo. A última sondagem da CNI, referente ao terceiro trimestre de 2005, mostra que 75,8% das pequenas e médias empresas entrevistadas e 45,6% das grandes irão priorizar projetos para o mercado interno em 2006. Em pesquisa semelhante, realizada em novembro de 2004, os percentuais eram menores: 68,3% das pequenas e médias e 41,4% das grandes iriam se concentrar no mercado interno em 2005. Segundo a CNI, isso mostra o desestímulo para exportar, decorrente do câmbio desfavorável.

Outra conseqüência é a desaceleração do crescimento da quantidade de produtos exportados. Até novembro do ano passado, o aumento dos preços das commodities contribuiu com 51% do valor exportado pelo país. No mesmo período, o volume de exportação cresceu apenas 12,1%.

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