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OMC traz mais vantagens do que a Alca, diz estudo

Pesquisa feita pela economista Danielle Sandi, da UNB, traz análise de 26 setores da economia

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

Dizer que o Brasil será prejudicado com a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) não é novidade. Provar essa teoria em números, sim. Foi o que fez a economista Danielle Sandi: durante quase dois anos, ela analisou 26 setores da economia, cruzando dados de emprego e comércio exterior, e chegou à conclusão de que a Alca não vale a pena para o país.

"Melhor seria liberar o comércio de forma unilateral ou no âmbito da Organização Mundial do Comércio", diz a pesquisadora da Universidade de Brasília.

Em uma tese de 160 páginas, Danielle comparou dois cenários para o Brasil: na Alca e junto à OMC. Dentro de cada um, ela fez quatro simulações de abertura econômica, que variam de uma redução total das tarifas e em todos os setores até a redução parcial dos impostos de importação, em alguns segmentos.

"O cenário que gera um maior bem-estar à economia brasileira é o da OMC, com redução de 100% nas tarifas aduaneiras em setores onde o Brasil tem vantagem comercial", explica a pesquisadora. Entre esses setores estão agropecuária, abate de animais e automóveis.

Tecnologia

O mérito do trabalho de Danielle que em breve será publicado em revistas científicas não está apenas no conteúdo e na complexidade das análises. Trata-se de um dos poucos estudos no campo da economia, no Brasil, a adotar o método das simulações (ou "modelagem de equilíbrio geral"), que trabalha com números para criar situações hipotéticas. O objetivo é visualizar as conseqüências de determinada medida na economia.

"Não há uma cultura, entre os acadêmicos brasileiros, de se trabalhar com simulações, um método bastante comum nos Estados Unidos há 20 anos", conta. Em sua pesquisa, Danielle utilizou, inclusive, um software específico para cruzar os dados e medir o impacto da liberalização na economia.

"Outros pesquisadores poderão chegar a conclusões diferentes das minhas, utilizando os mesmos dados, mas o importante seria mesmo que o país pudesse ter mais trabalhos desse tipo", diz.

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