Economia

Com queda do petróleo, consultoria estima espaço para corte de até R$ 0,20 no preço da gasolina

A projeção é da GEP Costdrivers, plataforma de análise e projeção de dados para profissionais de compras. Valor considera potencial de redução do valor na bomba para consumidores

Preço dos combustíveis: consultoria GEP Costdrivers também projetou que é possível uma queda adicional de 3% a 5% no valor do diesel  (Bloomberg/Getty Images)

Preço dos combustíveis: consultoria GEP Costdrivers também projetou que é possível uma queda adicional de 3% a 5% no valor do diesel (Bloomberg/Getty Images)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 12 de abril de 2025 às 06h00.

Última atualização em 13 de abril de 2025 às 15h47.

Com a redução do preço do petróleo diante do aumento da produção mundial da commodity e da desaceleração econômica da China, a consultoria GEP Costdrivers, que oferece análise e projeção de dados para profissionais de compras, estimou que há espaço para uma queda de até R$ 0,20 no custo da gasolina nas bombas.

A GEP tem entre os clientes empresas como Natura, Usiminas, Bosch, Bayer, Bunge e oferece a eles consultoria em custos para as áreas de compras e planejamento. Na prática, a companhia tem como objetivo oferecer previsões de preços de insumos para as indústrias, afirmou Adriano Birle, economista responsável pela análise de combustíveis na GEP.

No Brasil, reduzir o preço da gasolina é uma decisão exclusiva da Petrobras. Entretanto, como mostrou a EXAME, o governo brasileiro passou a defender que a estatal corte o valor dos combustíveis diante da queda no preço do petróleo.

No ano, os contratos futuros do petróleo brent com vencimento para junho acumulam queda de 13,51%.

Alta da produção mundial

Birle afirmou que a projeção de redução de até R$ 0,20 no preço da gasolina considera a oferta global de petróleo, que subiu com o aumento de produção do Brasil, dos Estados Unidos e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Além disso, a estimativa leva em conta a demanda global, que diminuiu diante a perspectiva de desaceleração da economia global com a guerra tarifária e da China.

"A nossa projeção também considera o preço do dólar. Nossa projeção para o dólar em 2025 está ao redor de R$ 5,90 e R$ 6,00. E mesmo que fossemos considerar um dólar mais alto, ao redor de R$ 6,20, a queda no preço dos combustíveis ainda é possível", disse.

Segundo ele, com as consecutivas reduções no preço do petróleo ainda é possível estimar que há espaço par uma queda adicional no preço do diesel de 3% a 5%.

A Petrobras diminuiu em 1º de abril o preço de venda de diesel A para as distribuidoras. A queda foi de R$ 0,17 por litro.

Alívio para inflação

A redução do preço dos combustíveis tem potencial para aliviar a inflação no Brasil. Como o transporte de cargas no país é feito, majoritariamente, por caminhões, um alívio no valor do diesel tende a baratear o custo do frete. No caso da gasolina, o corte no custo tem potencial de aliviar a pressão no orçamento das famílias.

Nos dois primeiros meses do ano, o preço do diesel acumula alta de 5,36% e o da gasolina, 3,40%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA tem acelerado no país. Em fevereiro, o Banco Central (BC) informou que o resultado da inflação nos próximos seis meses, ao considerar o resultado acumulado em 12 meses, deve levar ao descumprimento da meta.

Pela regra vigente no país, o objetivo a ser perseguido é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso, o resultado pode variar entre 1,5% e 4,5%.

Caso esse cenário se confirme, o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, será obrigado a escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos desse desempenho e que medidas serão tomadas para o IPCA convergir para o intervalo de tolerância.

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