Mujica apoia entrada da Venezuela no Mercosul
''O cunho político superou amplamente o jurídico'', afirmou sobre a polêmica gerada pela decisão de dar carta branca à entrada da Venezuela
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 09h01.
Montevidéu - O presidente do Uruguai , José Mujica, defendeu nesta quarta-feira a entrada da Venezuela no Mercosul e afirmou que na reunião de cúpula realizada na semana passada em Mendoza (Argentina) a opinião política dos governos se sobrepôs ao aspecto jurídico.
''O cunho político superou amplamente o jurídico'', afirmou Mujica sobre a polêmica gerada pela decisão tomada pelo Brasil, pela Argentina e pelo Uruguai de dar carta branca à entrada da Venezuela, apesar da falta de ratificação do protocolo de adesão por parte do Legislativo do Paraguai, o quarto membro do bloco.
No Uruguai essa postura gerou críticas da oposição e também do vice-presidente do país, Danilo Astori.
Mujica defendeu a decisão, precedida da suspensão temporária do Paraguai como membro do bloco, com o argumento de que a destituição de Fernando Lugo não está de acordo com a cláusula democrática do Mercosul, e assumiu toda a responsabilidade.
A ''reunião reservada'' na qual se definiu em Mendoza a forma de entrada da Venezuela no bloco regional foi solicitada pela presidente Dilma Rousseff, ''mas os três países concordaram'', disse Mujica.
Somente Dilma, Mujica e Cristina Kirchner, presidente da Argentina, participara da cúpula em Mendoza, já que o novo governo paraguaio não foi convidado, e estabeleceu-se que a entrada da Venezuela irá se concretizar em uma reunião no Rio de Janeiro em 31 de julho.
''Sou o responsável, e não o chanceler (uruguaio)'', acrescentou Mujica, após os pedidos da oposição de que o ministro Luis Almagro fosse ao Parlamento explicar o que aconteceu em Mendoza e qual foi a postura uruguaia diante da entrada da Venezuela.
As queixas dos opositores se referem às declarações de Almagro nesta segunda-feira, quando o ministro expressou suas dúvidas sobre os aspectos jurídicos da decisão tomada para a entrada venezuelana no Mercosul e ressaltou que ainda não havia sido dita ''a última palavra'' sobre o assunto.
''Se todos tivessem certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira passada em Mendoza. Houve um motivo para os países estabeleceram o prazo até 31 de julho'', opinou.
Durante a reunião de chanceleres realizada na quinta-feira em Mendoza, ''nós (Uruguai) fomos especialmente contra a entrada da Venezuela nessas circunstâncias'', acrescentou Almagro.
A polêmica ganhou mais força ontem, quando o vice-presidente Danilo Astori qualificou a entrada da Venezuela como um ''ferimento grave'' no Mercosul, pois, como lembrou, o Tratado de fundação de Assunção estabelece que a entrada de um membro pleno ''deve ser aprovada'' por todos os membros plenos já existentes, neste caso, incluindo o Paraguai, apesar de estar suspenso.
Mujica ainda propôs ''modificar'' o Mercosul porque o bloco ''nasceu na década de 1990 em um cenário predominantemente neoliberal''.
Montevidéu - O presidente do Uruguai , José Mujica, defendeu nesta quarta-feira a entrada da Venezuela no Mercosul e afirmou que na reunião de cúpula realizada na semana passada em Mendoza (Argentina) a opinião política dos governos se sobrepôs ao aspecto jurídico.
''O cunho político superou amplamente o jurídico'', afirmou Mujica sobre a polêmica gerada pela decisão tomada pelo Brasil, pela Argentina e pelo Uruguai de dar carta branca à entrada da Venezuela, apesar da falta de ratificação do protocolo de adesão por parte do Legislativo do Paraguai, o quarto membro do bloco.
No Uruguai essa postura gerou críticas da oposição e também do vice-presidente do país, Danilo Astori.
Mujica defendeu a decisão, precedida da suspensão temporária do Paraguai como membro do bloco, com o argumento de que a destituição de Fernando Lugo não está de acordo com a cláusula democrática do Mercosul, e assumiu toda a responsabilidade.
A ''reunião reservada'' na qual se definiu em Mendoza a forma de entrada da Venezuela no bloco regional foi solicitada pela presidente Dilma Rousseff, ''mas os três países concordaram'', disse Mujica.
Somente Dilma, Mujica e Cristina Kirchner, presidente da Argentina, participara da cúpula em Mendoza, já que o novo governo paraguaio não foi convidado, e estabeleceu-se que a entrada da Venezuela irá se concretizar em uma reunião no Rio de Janeiro em 31 de julho.
''Sou o responsável, e não o chanceler (uruguaio)'', acrescentou Mujica, após os pedidos da oposição de que o ministro Luis Almagro fosse ao Parlamento explicar o que aconteceu em Mendoza e qual foi a postura uruguaia diante da entrada da Venezuela.
As queixas dos opositores se referem às declarações de Almagro nesta segunda-feira, quando o ministro expressou suas dúvidas sobre os aspectos jurídicos da decisão tomada para a entrada venezuelana no Mercosul e ressaltou que ainda não havia sido dita ''a última palavra'' sobre o assunto.
''Se todos tivessem certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira passada em Mendoza. Houve um motivo para os países estabeleceram o prazo até 31 de julho'', opinou.
Durante a reunião de chanceleres realizada na quinta-feira em Mendoza, ''nós (Uruguai) fomos especialmente contra a entrada da Venezuela nessas circunstâncias'', acrescentou Almagro.
A polêmica ganhou mais força ontem, quando o vice-presidente Danilo Astori qualificou a entrada da Venezuela como um ''ferimento grave'' no Mercosul, pois, como lembrou, o Tratado de fundação de Assunção estabelece que a entrada de um membro pleno ''deve ser aprovada'' por todos os membros plenos já existentes, neste caso, incluindo o Paraguai, apesar de estar suspenso.
Mujica ainda propôs ''modificar'' o Mercosul porque o bloco ''nasceu na década de 1990 em um cenário predominantemente neoliberal''.