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Mugabe impõe nova medida aos bancos e empresas estrangeiras

Todas as instituições administradas por estrangeiros e brancos deverão vender 51% de suas ações aos negros locais

Mugabe: a indigenização de empresas e terras no Zimbábue faz parte da reforma econômica iniciada há mais de dez anos pelo regime de Mugabe (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 12h08.

Harare - A União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF) do presidente zimbabuano, Robert Mugabe, impõe aos bancos, hotéis e empresas, cujos donos sejam estrangeiros, uma medida que reserva pelo menos 51% dessas propriedades aos negros locais.

Segundo um comunicado oficial do governo divulgado nesta terça-feira, todas as empresas que sejam propriedades ou estejam administradas por estrangeiros e brancos deverão vender 51% de suas ações, mais um passo na polêmica lei de indigenização que Mugabe realiza desde 2000.

A medida anunciada também afetará os setores dos serviços financeiros, de entretenimento, de energia, de transporte e da indústria automobilística, que, a partir de agora, terão o prazo de um ano para cumprir esta exigência. Entre os bancos afetados aparecem os britânicos Barclays e Standard Bank e o sul-africano Stanbic Bank.

Esta polêmica medida já provocou a reação dos membros do Movimento por Mudança Democrática (MDC) do primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, que formam, junto com a Zanu-PF, um Governo de União Nacional desde fevereiro de 2009.

O Ministério das Finanças, nas mãos do MDC, já advertiu que o programa de indigenização de Mugabe começa a colocar em perigo a reconstrução da economia do Zimbábue , que se encontra em uma situação crítica após uma década de tensões políticas e má gestão econômica.

O chefe do Banco Central do Zimbábue, Gideon Gono - um estreito aliado de Mugabe - também alertou o ministro de Indigenização, Saviour Kasukuwere, que não apliquem esta medida aos bancos.

Kasukuwere, por sua vez, acusou os bancos de se negar a fazer empréstimos aos novos granjeiros negros que assumiram terras que anteriormente eram propriedade de brancos, sob a Lei de Reforma Agrária iniciada em 2000.

As novas leis de indigenização foram iniciadas há três anos para forçar as grandes companhias estrangeiras, avaliadas em mais de US$ 500 mil, a vender a maioria de suas ações. Mas, até o momento, a medida tinha se centrado nas empresas mineradoras.

A indigenização de empresas e terras no Zimbábue faz parte da reforma econômica iniciada há mais de dez anos pelo regime de Mugabe, a mesma que praticamente acabou com as explorações agrárias comerciais no país africano.

Apesar de supostamente priorizar a divisão das terras do país - a maioria propriedade de brancos - entre os trabalhadores negros, a maior parte das terras confiscadas foi parar nas mãos de familiares de Mugabe.

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Segundo um comunicado oficial do governo divulgado nesta terça-feira, todas as empresas que sejam propriedades ou estejam administradas por estrangeiros e brancos deverão vender 51% de suas ações, mais um passo na polêmica lei de indigenização que Mugabe realiza desde 2000.

A medida anunciada também afetará os setores dos serviços financeiros, de entretenimento, de energia, de transporte e da indústria automobilística, que, a partir de agora, terão o prazo de um ano para cumprir esta exigência. Entre os bancos afetados aparecem os britânicos Barclays e Standard Bank e o sul-africano Stanbic Bank.

Esta polêmica medida já provocou a reação dos membros do Movimento por Mudança Democrática (MDC) do primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, que formam, junto com a Zanu-PF, um Governo de União Nacional desde fevereiro de 2009.

O Ministério das Finanças, nas mãos do MDC, já advertiu que o programa de indigenização de Mugabe começa a colocar em perigo a reconstrução da economia do Zimbábue , que se encontra em uma situação crítica após uma década de tensões políticas e má gestão econômica.

O chefe do Banco Central do Zimbábue, Gideon Gono - um estreito aliado de Mugabe - também alertou o ministro de Indigenização, Saviour Kasukuwere, que não apliquem esta medida aos bancos.

Kasukuwere, por sua vez, acusou os bancos de se negar a fazer empréstimos aos novos granjeiros negros que assumiram terras que anteriormente eram propriedade de brancos, sob a Lei de Reforma Agrária iniciada em 2000.

As novas leis de indigenização foram iniciadas há três anos para forçar as grandes companhias estrangeiras, avaliadas em mais de US$ 500 mil, a vender a maioria de suas ações. Mas, até o momento, a medida tinha se centrado nas empresas mineradoras.

A indigenização de empresas e terras no Zimbábue faz parte da reforma econômica iniciada há mais de dez anos pelo regime de Mugabe, a mesma que praticamente acabou com as explorações agrárias comerciais no país africano.

Apesar de supostamente priorizar a divisão das terras do país - a maioria propriedade de brancos - entre os trabalhadores negros, a maior parte das terras confiscadas foi parar nas mãos de familiares de Mugabe.

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