Ministério descarta risco à exportação após discussão sobre embaixada
"Não há nenhum evento sanitário que justifique essa posição dos países árabes", afirmou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura
Reuters
Publicado em 13 de novembro de 2018 às 12h13.
São Paulo - Os atritos gerados com o mundo árabe após o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), dizer que poderia mudar a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém devem ser totalmente desfeitos assim que o novo governo assumir, sem riscos à exportação de carnes para países islâmicos, disse um representante do Ministério da Agricultura nesta terça-feira.
"Não há nenhum evento sanitário que justifique essa posição dos países árabes", afirmou o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Luis Eduardo Rangel, no intervalo de evento sobre agronegócios em São Paulo.
O Brasil é o maior exportador global de carne halal, produzida de acordo com os preceitos da religião muçulmana. As declarações de Bolsonaro sobre a embaixada em Israel e a decisão do governo egípcio de cancelar uma missão ao país acenderam o sinal de alerta no setor de carnes, composto por empresas como JBS e BRF.
Para Rangel, contudo, assim que outras pastas, como Agricultura e Relações Exteriores, trabalharem o assunto, esse mal-estar inicial será superado.
O secretário comentou ainda que o Ministério da Agricultura sob o comando da deputada Tereza Cristina (DEM-MS), já anunciada por Bolsonaro como titular da pasta em seu governo, dará continuidade ao trabalho já feito atualmente.
"Não vejo necessidade de grandes mudanças nas políticas de abertura de mercados", comentou.
Em paralelo, ele também disse que já vê uma sinalização para aumento de recursos de crédito rural no próximo Plano Safra, o 2019/20. Mas Rangel não elaborou, afirmando apenas que há discussões sobre o orçamento do próximo ano.