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Mercosul inicia em março negociação para definir oferta à UE

Negociações têm como objetivo o compromisso que o Mercosul e a UE assumiram de apresentar "ofertas comerciais melhoradas"

Antonio Patriota: "Discutimos sobre a retomada das negociações com a União Europeia com base no compromisso que assumimos em Santiago", disse (Itamaraty)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 20h51.

Rio de Janeiro - Os países do Mercosul iniciarão em 1º de março em Montevidéu, no Uruguai, um diálogo técnico para definir a oferta comercial que o bloco apresentará neste ano para a negociação de um acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE), anunciaram nesta terça-feira os chanceleres do Brasil e da Argentina, que se reuniram no Rio de Janeiro.

"Iniciaremos em Montevidéu um debate de coordenação técnica para definir a posição que apresentaremos", assegurou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro ao lado do chanceler argentino, Héctor Timerman.

Patriota acrescentou que as negociações têm como objetivo o compromisso que o Mercosul e a UE assumiram de apresentar "ofertas comerciais melhoradas" para o acordo de livre-comércio com prazo máximo até o final deste ano.

O Mercosul é integrado atualmente pela Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela, pois o Paraguai está provisoriamente suspenso do bloco.

Segundo o chanceler brasileiro, a negociação entre a UE e o Mercosul foi um dos principais temas abordados no encontro que manteve com Timerman para discutir diferentes assuntos bilaterais, regionais e globais.


"Discutimos sobre a retomada das negociações com a União Europeia com base no compromisso que assumimos em Santiago (Chile, no mês passado) de intercambiar ofertas melhoradas antes que termine 2013", afirmou Patriota.

O chanceler lembrou que em reunião paralela à Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe realizada em janeiro em Santiago as duas partes se comprometeram a apresentar suas ofertas comerciais de acesso a produtos pelo menos no último trimestre de 2013.

"Os dois países estamos muito interessados que as negociações sigam adiante e terminem com sucesso, e que esse sucesso não seja só a assinatura de um acordo, mas benefícios tangíveis para o desenvolvimento equitativo de ambas as regiões", disse Timerman.

Patriota assegurou que o anúncio feito neste mês pelo presidente americano, Barack Obama, de que os Estados Unidos iniciarão conversas para um acordo de livre-comércio com a UE não afeta as negociações do Mercosul.


"Não se trata de algo novo. Já se sabia da intenção de uma possível negociação. Temos que ver exatamente qual será o mandato negociador. Será um processo que levará algum tempo", afirmou.

"Em contraste, a negociação Mercosul-UE está relativamente avançada. Já decidimos intercambiar ofertas comerciais este ano", acrescentou.

A UE e o Mercosul retomaram em Madri, em maio de 2010, as conversas para um ambicioso acordo de associação baseado na cooperação, diálogo político e a liberalização comercial iniciadas em 1999, mas que foram suspensas em 2004 diante da falta de avanços.

A dificuldade na troca de ofertas se deve ao fato do Mercosul exigir uma maior abertura da UE para seus produtos agrícolas e os europeus pedirem um maior acesso na América do Sul para seus produtos industriais. EFE

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Rio de Janeiro - Os países do Mercosul iniciarão em 1º de março em Montevidéu, no Uruguai, um diálogo técnico para definir a oferta comercial que o bloco apresentará neste ano para a negociação de um acordo de livre-comércio com a União Europeia (UE), anunciaram nesta terça-feira os chanceleres do Brasil e da Argentina, que se reuniram no Rio de Janeiro.

"Iniciaremos em Montevidéu um debate de coordenação técnica para definir a posição que apresentaremos", assegurou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro ao lado do chanceler argentino, Héctor Timerman.

Patriota acrescentou que as negociações têm como objetivo o compromisso que o Mercosul e a UE assumiram de apresentar "ofertas comerciais melhoradas" para o acordo de livre-comércio com prazo máximo até o final deste ano.

O Mercosul é integrado atualmente pela Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela, pois o Paraguai está provisoriamente suspenso do bloco.

Segundo o chanceler brasileiro, a negociação entre a UE e o Mercosul foi um dos principais temas abordados no encontro que manteve com Timerman para discutir diferentes assuntos bilaterais, regionais e globais.


"Discutimos sobre a retomada das negociações com a União Europeia com base no compromisso que assumimos em Santiago (Chile, no mês passado) de intercambiar ofertas melhoradas antes que termine 2013", afirmou Patriota.

O chanceler lembrou que em reunião paralela à Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe realizada em janeiro em Santiago as duas partes se comprometeram a apresentar suas ofertas comerciais de acesso a produtos pelo menos no último trimestre de 2013.

"Os dois países estamos muito interessados que as negociações sigam adiante e terminem com sucesso, e que esse sucesso não seja só a assinatura de um acordo, mas benefícios tangíveis para o desenvolvimento equitativo de ambas as regiões", disse Timerman.

Patriota assegurou que o anúncio feito neste mês pelo presidente americano, Barack Obama, de que os Estados Unidos iniciarão conversas para um acordo de livre-comércio com a UE não afeta as negociações do Mercosul.


"Não se trata de algo novo. Já se sabia da intenção de uma possível negociação. Temos que ver exatamente qual será o mandato negociador. Será um processo que levará algum tempo", afirmou.

"Em contraste, a negociação Mercosul-UE está relativamente avançada. Já decidimos intercambiar ofertas comerciais este ano", acrescentou.

A UE e o Mercosul retomaram em Madri, em maio de 2010, as conversas para um ambicioso acordo de associação baseado na cooperação, diálogo político e a liberalização comercial iniciadas em 1999, mas que foram suspensas em 2004 diante da falta de avanços.

A dificuldade na troca de ofertas se deve ao fato do Mercosul exigir uma maior abertura da UE para seus produtos agrícolas e os europeus pedirem um maior acesso na América do Sul para seus produtos industriais. EFE

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