Mercosul atrapalha acordos do Brasil com parceiros estratégicos
Brasília - As divergências entre os países que compõem o Mercosul acabam atrapalhando as negociações diretas do Brasil com países estratégicos para fechar acordos bilaterais de comércio. A afirmação foi feita hoje (14) pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, no 4º Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, no Itamaraty. "Se estivéssemos sozinhos, seria […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - As divergências entre os países que compõem o Mercosul acabam atrapalhando as negociações diretas do Brasil com países estratégicos para fechar acordos bilaterais de comércio. A afirmação foi feita hoje (14) pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, no 4º Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, no Itamaraty. "Se estivéssemos sozinhos, seria mais fácil. É claro que, juntos, nos fortalecemos na questão econômica, mas, por outro lado, há divergências entre Brasil e Argentina, por exemplo", afirmou.
Andrade disse que as negociações com a União Europeia (UE) estão avançando muito lentamente. "É preciso (fechar) acordos que sejam mais bem aplicados", afirmou. Segundo ele, é necessário discutir com o bloco europeu a questão do protecionismo comercial. "Somos uma economia de mercado aberta e temos enfrentado problemas com mercados de economia mais fechada, inclusive com barreiras não tarifárias".
O presidente da CNI acrescentou que, além da crise que levou a Europa a importar menos do Brasil, a valorização do real, a carga tarifária e o mercado interno muito grande, que está atraído muitas empresas estrangeiras, têm atrapalhado a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
O encontro faz parte da 4ª Cúpula Brasil-UE, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá, no final desta manhã, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, para a 4ª Reunião de Cúpula da Parceria Estratégica entre o Brasil e a UE.
Durante a cúpula, serão assinados vários acordos e discutidos temas de interesse internacional, como mudança do clima, desarmamento, reforma das instituições financeiras internacionais e Rodada de Doha, além do uso de bioenergia. Em 2008, antes da crise financeira mundial, a UE destinou US$ 21,1 bilhões ao Brasil em investimentos diretos, que representaram 48% do total de investimentos estrangeiros no período.