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Mercado espera sinais que Lula é light

O dólar deve continuar pressionado pelo vencimento da dívida cambial da próxima sexta-feira (1/11) e pela expectativa de quem fará parte da equipe de transição do novo governo. O anúncio dos nomes do Partido dos Trabalhadores (PT) estava marcado para ontem, mas foi adiado por dois dias. O mercado, que aguarda sinais de que Luiz […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

O dólar deve continuar pressionado pelo vencimento da dívida cambial da próxima sexta-feira (1/11) e pela expectativa de quem fará parte da equipe de transição do novo governo.

O anúncio dos nomes do Partido dos Trabalhadores (PT) estava marcado para ontem, mas foi adiado por dois dias. O mercado, que aguarda sinais de que Luiz Inácio Lula da Silva fará uma administração moderada e de centro, ficou decepcionado. Mas nada que abalasse o voto de confiança dado ao PT. "O problema é que adiar o anúncio só aumenta ainda mais as expectativas do mercado. E o PT terá de escolher um nome à altura dessa expectativa", afirma Octavio de Barros, economista-chefe do BBV Banco. Segundo ele, já houve alguma decepção com o primeiro discurso do presidente eleito. "É claro que não esperávamos um discurso voltado ao mercado. Lula estava falando a uma nação inteira. Mas nem nas entrelinhas ele mandou alguma mensagem", diz Barros.

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O mercado espera do governo petista alguns sinais de que seu discurso de campanha será concretizado - e os espera antes da posse em janeiro. O primeiro deles poderia ter sido dado no discurso de segunda-feira (29/10), como mencionou Barros. O segundo é justamente o anúncio da equipe de transição. Depois disso, são aguardados os nomes da equipe econômica definitiva (em novembro); a votação no Congresso do Orçamento de 2003 (onde está a pauta do reajuste do salário mínimo e do salário do funcionalismo público); a votação da independência do Banco Central, também no Congresso; a posição do PT em relação à renegociação da dívida dos estados e municípios; e, por fim, o encontro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), na segunda metade de novembro, em que a expectativa é que o PT ratifique o acordo feito no início deste ano.

"Quanto mais pró-mercado for a posição do PT nestas questões, maiores as chances do partido restabelecer a confiança", afirma um relatório do Credit Suisse First Boston.

Rolagem

O dólar registrou terceira alta consecutiva (1,06%) e fechou cotado a 3,82 reais para venda. Além da expectativa com o anúncio do PT, a pressão veio do vencimento de 2 bilhões de dólares de dívida em swaps cambiais. O BC conseguiu rolar 48,6% desse valor usando novos contratos que vencem em dezembro deste ano. Resultado considerado melhor do que o esperado pelo mercado. A taxa de remuneração para pelo BC para rolar os papéis foi menor do que as pagas nas últimas rolagens, anteriores ao segundo turno das eleições.

Hoje, O BC continua tentando a rolagem. Vai oferecer 890 milhões de dólares em contratos de swap cambial Serão 725 milhões de dólares em 14.500 contratos com vencimento em 2 de dezembro próximo e 165 milhões de dólares em 3.300 contratos com resgate em 15 de dezembro de 2004.

Indicadores de hoje

A Fundação Getúlio Vargas divulga o Índice Geral de Preços (IGP-M) de outubro. A alta da inflação deve chegar a 3,6%, a mesma registrada no primeiro trimestre de 1999.

O Banco Central divulga a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a Fiesp os indicadores da indústria paulista referentes ao mês de setembro.

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