Mercado automobilístico europeu pode ter futuro sombrio
Em março, pelo 18º mês consecutivo, foi registrada uma nova queda, e analistas mantêm suas previsões sombrias para 2013
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2013 às 16h28.
Paris - Os meses passam e as vendas de carros na Europa não melhoram. Em março, pelo 18º mês consecutivo, foi registrada uma nova queda, e analistas mantêm suas previsões sombrias para 2013.
O número de matrículas de carros novos caiu 10,2%, um total de 1,307 milhão de veículos, em março nos países da União Europeia, onde as vendas de automóveis caem há 18 meses ininterruptamente, anunciou nesta quarta-feira a Associação Europeia de Fabricantes Automobilísticos (ACEA).
Apenas os carros de luxo ou de alto padrão se salvam: as vendas de Mercedes cresceram 0,6% e as do Jaguar, que fazem parte do grupo indiano Tata Motors, 21,2%.
Nos 27 países da UE, o setor continua em uma queda incontrolável que teve seu auge em 2012. Com 12,05 milhões de unidades vendidas, o mercado se retraiu a seu nível de 1995.
No primeiro trimestre do ano, os dados não foram positivos com 2,989 milhões de matrículas de carros novos na Europa, 9,8% a menos que no mesmo período do ano anterior.
Para Carlos Da Silva, analista de IHS Automotive em Paris, "não há razão para que o mercado automobilístico europeu esteja tão abalado".
"É certo que há uma crise, mas também há um fator psicológico. Os atores potenciais estão a espreita do mínimo sinal positivo da economia antes de dar algum passo", explica.
Segundo o especialista, o fato de as marcas de luxo estarem relativamente melhor que o restante é sintomático. "Com relação a 2010 ou 2011, os que compram veículos hoje tendem a comprar carros um pouco mais caros ou um pouco maiores, o que demonstra que há um componente psicológico nas estatísticas", disse.
"Nem todo mundo perdeu o emprego durante a crise, mas o clima gerou uma perda de confiança que penaliza os grandes investimentos como os de carros", afirma Bertrand Rakoto, analista de RL Polk.
Entre as generalistas, a italiana Fiat resistiu (-0,8%), enquanto a norte-americana General Motors caiu 12,8% e o francês PSA, 16,0%.
A também francesa Renault caiu um pouco menos no mercado europeu (-9,6%) graças ao bom resultado de sua marca low cost Dacia, cujas vendas cresceram 20,2% em março.
A marca sul-coreana Kia cresceu 3,7%, enquanto as vendas de seu compatriota Hyundai caíram 9,5% no mercado europeu.
Entre os mercados mais importantes, apenas o britânico teve números positivos, com um aumento de 5,9% das vendas em março, segundo a ACEA.
Por outro lado, na França caíram 16,2%, na Itália 4,9%, na Alemanha 17,1% e na Espanha, 13,9%.
"Esperamos que 2013 seja um ponto de virada", disse Carlos da Silva, que prevê mudanças para 2014, já que, devido ao envelhecimento do parque automobilístico europeu, as empresas terão que renová-lo.
Menos otimista, Bertrand Rakoto projeta um ano mais difícil que o previsto. "A recuperação vai ser mais frágil do que esperávamos para o próximo ano", disse.
O mercado europeu não vai sair incólume da crise e "não vai recuperar seu nível de antes da crise, quando as vendas anuais se aproximavam dos 15 milhões de veículos", disse.
Paris - Os meses passam e as vendas de carros na Europa não melhoram. Em março, pelo 18º mês consecutivo, foi registrada uma nova queda, e analistas mantêm suas previsões sombrias para 2013.
O número de matrículas de carros novos caiu 10,2%, um total de 1,307 milhão de veículos, em março nos países da União Europeia, onde as vendas de automóveis caem há 18 meses ininterruptamente, anunciou nesta quarta-feira a Associação Europeia de Fabricantes Automobilísticos (ACEA).
Apenas os carros de luxo ou de alto padrão se salvam: as vendas de Mercedes cresceram 0,6% e as do Jaguar, que fazem parte do grupo indiano Tata Motors, 21,2%.
Nos 27 países da UE, o setor continua em uma queda incontrolável que teve seu auge em 2012. Com 12,05 milhões de unidades vendidas, o mercado se retraiu a seu nível de 1995.
No primeiro trimestre do ano, os dados não foram positivos com 2,989 milhões de matrículas de carros novos na Europa, 9,8% a menos que no mesmo período do ano anterior.
Para Carlos Da Silva, analista de IHS Automotive em Paris, "não há razão para que o mercado automobilístico europeu esteja tão abalado".
"É certo que há uma crise, mas também há um fator psicológico. Os atores potenciais estão a espreita do mínimo sinal positivo da economia antes de dar algum passo", explica.
Segundo o especialista, o fato de as marcas de luxo estarem relativamente melhor que o restante é sintomático. "Com relação a 2010 ou 2011, os que compram veículos hoje tendem a comprar carros um pouco mais caros ou um pouco maiores, o que demonstra que há um componente psicológico nas estatísticas", disse.
"Nem todo mundo perdeu o emprego durante a crise, mas o clima gerou uma perda de confiança que penaliza os grandes investimentos como os de carros", afirma Bertrand Rakoto, analista de RL Polk.
Entre as generalistas, a italiana Fiat resistiu (-0,8%), enquanto a norte-americana General Motors caiu 12,8% e o francês PSA, 16,0%.
A também francesa Renault caiu um pouco menos no mercado europeu (-9,6%) graças ao bom resultado de sua marca low cost Dacia, cujas vendas cresceram 20,2% em março.
A marca sul-coreana Kia cresceu 3,7%, enquanto as vendas de seu compatriota Hyundai caíram 9,5% no mercado europeu.
Entre os mercados mais importantes, apenas o britânico teve números positivos, com um aumento de 5,9% das vendas em março, segundo a ACEA.
Por outro lado, na França caíram 16,2%, na Itália 4,9%, na Alemanha 17,1% e na Espanha, 13,9%.
"Esperamos que 2013 seja um ponto de virada", disse Carlos da Silva, que prevê mudanças para 2014, já que, devido ao envelhecimento do parque automobilístico europeu, as empresas terão que renová-lo.
Menos otimista, Bertrand Rakoto projeta um ano mais difícil que o previsto. "A recuperação vai ser mais frágil do que esperávamos para o próximo ano", disse.
O mercado europeu não vai sair incólume da crise e "não vai recuperar seu nível de antes da crise, quando as vendas anuais se aproximavam dos 15 milhões de veículos", disse.