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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h25.
O mercado financeiro do Brasil e mundial aguarda para hoje o anúncio da equipe de transição do governo eleito. Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer uma declaração à tarde, depois da reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso. As expectativas são otimistas, mas o mercado deve experimentar um certo nervosismo -que pode baixar a liquidez dos negócios- até conhecer a equipe econômica de transição escolhida pelo Partido dos Trabalhadores.
Segundo alguns analistas, o compasso de espera deve se estender nos próximos dias. "cada nova declaração e indicação de nomes para a equipe do governo será avaliada com lente de aumento", diz o BBV Banco. Mensagens claras e responsáveis quanto à condução da política econômica e monetária, com a eventual aprovação da autonomia operacional do Banco Central podem garantir mais suavidade à governabilidade nos próximos meses.
É possível que alguns dos nomes que serão divulgados nesta terça-feira façam parte da equipe definitiva do governo Lula. Também é possível delinear a condução da política econômica do próximo governo. "Esses sinais poderão afetar positiva ou negativamente as expectativas. As primeiras mensagens em relação à condução da política econômica serão decisivas para que se compreenda a orientação do modelo a ser adotado", diz o BBV. "E a equipe que será responsável por conduzir a política econômica no País terá um papel fundamental na orientação e convergência dessas expectativas em prol de um cenário mais favorável."
Para analistas, a equipe de transição de governo que deve ser indicada hoje pelo PT não deve incluir nomes substancialmente positivos para o mercado. "Embora a equipe de transição possa incluir nomes de fora do PT e que poderão ocupar ministérios no governo Lula, entendemos que a maioria de seus integrantes será ligada ao partido. A nosso ver, a equipe econômica de Lula (particularmente, o presidente do Bano Central), só deve ser indicada no final de novembro", acreditam os analistas.
Em novembro, a equipe de transição dos dois governos discutirá a revisão do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Dessas negociações também será possível avaliar o grau de compromisso do governo Lula com as políticas atuais. Outro importante sinal no médio prazo, segundo o BBV, serão as negociações no Congresso a respeito das reformas da Previdência, Administrativa, Política e Tributária. "O sucesso nessas reformas poderá ser decisivo para a melhora geral das expectativas", afirma o banco.
O mercado ontem
Apesar do dólar ter fechado em alta de 1,34% (a 3,78 reais para venda e 3,76 para compra), o dia pós-eleição foi tranqüilo. De acordo com alguns operadores, o movimento foi normal e não especulativo. Já a Bovespa fechou em queda de 4,40%, aos 9.573 pontos, e voltou ao patamar abaixo de 10.000 pontos. Entre as justificativas para a forte baixa, estão as vendas das ações supervalorizadas na última semana por investidores interessados em embolsar ganhos com a diferença entre os preços.
O risco-país subiu 1,85% para 1.812 pontos, com uma pequena realização de lucro por parte daqueles que detêm títulos da dívida externa brasileira, bastante valorizados na semana passada.
Indicadores de hoje
O Tesouro Nacional mostra o resultado primário do governo referente ao mês de setembro. A expectativa do mercado é que o aumento da arrecadação deste mês gere um superávit primário de 3,5 bilhões de reais.
O Banco Central divulga nota sobre juros e spread bancário e o Seade a pesquisa de emprego e desemprego de setembro.