Economia

Melhora de alguns indicadores derruba discursos radicais de candidatos na Argentina

Os discursos mais radicais dos candidatos ao governo argentino com relação à política econômica estão pouco a pouco se encaminhando para uma postura menos ortodoxa. Artigo publicado hoje (25/4) no The Wall Street Journal aponta que isso se deve, em parte, à melhora de alguns indicadores ao longo deste ano. O peso, por exemplo, acumula […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

Os discursos mais radicais dos candidatos ao governo argentino com relação à política econômica estão pouco a pouco se encaminhando para uma postura menos ortodoxa.

Artigo publicado hoje (25/4) no The Wall Street Journal aponta que isso se deve, em parte, à melhora de alguns indicadores ao longo deste ano. O peso, por exemplo, acumula uma valorização próxima a 20%, ações e papéis da dívida Argentina gozaram de um grande salto, poupadores estão novamente voltando a confiar no sistema bancário e as exportações estão passando a crescer ativamente.

Como conseqüência, cita o exemplo do ex-presidente Carlos Menem, que está no páreo das eleições ao governo argentino, que ocorrem neste domingo (27/4). Ele silenciosamente deixou de lado seu discurso de retomar a dolarização do peso, medida que ele instaurou durante o seu governo.

Num clima agora de menos pânico na esfera econômica, o debate foi tomado de uma aura mais sensata. Eu estou vendo o futuro com otimismo, mas admito que isso é amplamente baseado em questões emocionais. A questão é muito complicada , disse Marcelo Arguelles, presidente da Bio Sidus AS, grande empresa de biotecnologia.

Ele se baseia em outros indicadores, como o alto índice de desemprego, que ainda evidenciam uma situação social desastrosa no país.

A disputa eleitoral continua indefinida. Além de Menem, Néstor Kirchner, governador de Santa Cruz, aparece entre os primeiros colocados, junto com Ricardo Lopez Murphy, ex-ministro das finanças. Também aparece na disputa Rodríguez Saá, que ocupou a Presidência por uma semana em 2001.

Independentemente de quem vencer, muito terá de ser feito para colocar a economia argentina novamente nos trilhos. Em janeiro, o presidente Eduardo Duhalde fechou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas as conversações com a entidade deverão ser retomadas imediatamente após as eleições, assim como as negociações com os credores internacionais. Também caberá ao novo presidente negociar com as companhias estrangeiras de telefonia e de serviços públicos que investiram no país bilhões de dólares nos anos 90 e que amargaram grandes perdas com a desvalorização da moeda.

A expectativa é que ocorra segundo turno das eleições, em 18 de maio. O eleito deve assumir poucos dias depois, em 25 de maio.

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