Meirelles: aprovação em agosto não compromete Previdência
Para o ministro da Fazenda, a reforma é fundamental para viabilizar uma trajetória sustentável das contas públicas
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de abril de 2017 às 21h49.
Última atualização em 19 de abril de 2017 às 21h49.
Washington - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , afirmou que caso a reforma da Previdência Social não seja aprovada pelo Congresso em junho, mas em agosto, a mudança estrutural na área fiscal não será comprometida.
"Mas isso teria um custo para o País, sobre as expectativas da economia, a confiança."
Na avaliação do ministro, a reforma é fundamental para viabilizar uma trajetória sustentável das contas públicas, "pois, no limite, um quadro de gastos sem controle eleva muito o déficit público, que gera incerteza, crescimento de despesas e leva à recessão econômica".
Meirelles ponderou que o nível da dívida pública no Brasil ainda é baixo se comparado com patamares de países avançados, que até superam 100% do PIB.
"Quanto mais rápida a aprovação da reforma da Previdência, melhor para o crescimento do País em 2017 e 2018", comentou Meirelles.
"Ao final, o que interessa à população é emprego, inflação sob controle e renda", apontou.
"Agora é o momento certo para realizar a reforma da Previdência. O Brasil precisa tomar medidas agora para não ter que adotar ações mais sérias no futuro", disse Meirelles.
"O problema é que o custo da dívida é o pagamento de juros, que é elevado. Contudo, feitas as mudanças constitucionais, elas darão garantia de queda da dívida pública, e o mercado antecipa isso nos preços de ativos a valor presente."
O ministro destacou que o problema do déficit da Previdência é amplo e que também ocorre com o regime dos servidores públicos.
"O mais importante é tomarmos medidas necessárias para que todos possam receber suas aposentadorias. Esse é um problema sério. Países europeus tiveram de diminuir os valores de benefícios de pessoas aposentadas."
Na avaliação do ministro da Fazenda, é um processo normal parlamentares não estarem declarando apoio à reforma da Previdência Social até o momento.
Ele considera que os parlamentares votarão a favor da mudança estrutural.