Marinho defende tratamento diferenciado aos militares na reforma
Secretário da Previdência voltou a argumentar que as especificidades e necessidade de reestruturação da classe motivaram texto apresentado nesta quarta (20)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de março de 2019 às 09h33.
Última atualização em 21 de março de 2019 às 09h51.
São Paulo — O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, defendeu o tratamento diferenciado aos militares na discussão da reforma da Previdência . Em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã desta quinta-feira, 21, Marinho argumentou que a carreira nas Forças Armadas tem especificidades, como o fato de o militar não se aposentar e, sim, ir para a reserva.
Marinho também afirmou que, ao "recepcionar a proposta das Forças Armadas", o governo fez um trabalho de atender às determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele enfatizou que mudanças como o aumento da alíquota, do tempo de contribuição e o fato de pensionistas começarem a contribuir para ter direito ao benefício permitirão uma economia aos cofres públicos de R$97,3 bilhões em dez anos.
A maior parte desse ganho, contudo, será anulada com o desembolso do Estado pela equiparação da remuneração dos militares à de outras carreiras. Pelo projeto de lei apresentado, os militares terão aumento salarial que vai custar R$ 86,85 bilhões em 10 anos. "Os militares propuseram uma reestruturação, que perdeu muito em relação a outras", disse Marinho, mencionando que generais ganham metade do que outros cargos federais.
Com isso, o saldo entre a economia e o aumento da remuneração, entre outros benefícios, resultará num ganho de R$ 10,45 bilhões em 10 anos, bem inferior às estimativas de ganho com a alteração no BPC, benefício concedido a idosos pobres e portadores de deficiência.
Convicções
Marinho disse na entrevista estar tranquilo quanto às opções que fez de defender, relatar e votar a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência apresentada pelo ex-presidente Michel Temer , mesmo que isso tenha lhe custado a reeleição para a Câmara. "São opções que fiz e estou tranquilo. O preço que se paga é o das convicções", afirmou o secretário.