Mais dois índices de inflação causam apreensão ao mercado

O mercado brasileiro ainda deve sentir os efeitos dos resultados eleitorais nesta quarta-feira (9/10), mas alguns analistas chamam a atenção para a divulgação de dois índices de inflação de setembro - que devem registrar alta. Para o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, que será divulgado hoje às 9h30, o mercado espera uma variação de cerca de 0,63% (alta de 7,84% em 12 meses) contra 0,62% no IPCA-15 de setembro (alta de 7,54% também em 12 meses) e 0,65% no IPCA de agosto (alta de 7,46%). Os economistas do Credit Suisse First Boston projetam que entre seus componentes, o conjunto de preços administrados varie cerca de 0,1% e os preços livres, 0,9%.

Também será divulgado hoje, às 15h30, o IGP-DI de setembro. A variação deve ficar em torno de 2,4%, o que representa uma alta de 14,02% em 12 meses. Em agosto, o índice registrou 2,36%. "A recente depreciação cambial e as crescentes pressões por repasses de preços nos levou a revisar nossas projeções de inflação para este ano: de 6,5% para 7,3% para o IPCA e de 11,5% para 15,7% para o IGP-DI", diz o CSFB.

Ontem, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços Médio (IGP-M) referente a primeira semana de outubro, que ficou em 1,57%. Esse resultado do IGP-M elevou o acumulado do ano para 12,27%, e em 12 meses, para 13,76%. No mesmo período de setembro, a taxa ficou em 1,01% e em agosto, 1,13%. O IGP-M é composto pelo Índice de Preços ao Atacado (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), cujos pesos são de 60%, 30% e 10%, respectivamente. Assim como no mês passado, o IPA foi o que mais pressionou o IGP-M, com 2,17% na composição do índice. O IPC teve peso de 0,49%, e o INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), 0,66%.

O mercado ontem

O dólar comercial fechou em leve queda de 0,13%, cotado em 3,73 reais. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 1,95%. O giro do dia foi baixo, cerca de 431,8 milhões de reais.

No mercado de câmbio, o Banco Central rolou 16,4% de uma dívida total de 3,6 bilhões de dólares. A intenção era rolar 30%. Além disso, no leilão de linhas de crédito à exportação, o BC vendeu 24,6 milhões de dólares, exatamente o total demandado, com taxa de remuneração de 4% ao ano. A oferta total foi de 25 milhões de dólares.