Plano do governo para segurança pública é uma 'cortina de fumaça', diz Caiado
O chefe do executivo goiano e pré-candidato à Presidência da República é um dos mais vocais críticos da proposta do governo para segurança pública
Publicado em 5 de novembro de 2024 às 17h43.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), afirmou nesta terça-feira, 5, que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer utilizar a Proposta de Emenda à Constituição(PEC) da Segurança Pública para tirar poderes dos estados.
“O governo federal está tapeando a população e criando uma cortina de fumaça de um assunto que não é novidade para o povo brasileiro”, disse Caiado durante entrevista ao programa Macro em Pauta da EXAME.
O chefe do executivo goiano e pré-candidato à Presidência da República é um dos mais vocais críticos da proposta. O projeto prevê a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e amplia a prerrogativa da Polícia Federal para investigar milícias e facções criminosas. Além disso, a medida criaria uma espécie de polícia ostensiva federal a partir da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que passaria a atuar além dos limites das rodovias.
Segundo Caiado, a União demorou dois anos para pensar em uma proposta que, segundo ele, não é “nada” e apenas sugere concentrar o poder das políticas em Brasília.
“Nós, governadores, pagamos, e eles querem dizer quais diretrizes devemos seguir, sendo que não entendem as peculiaridades do crime em cada estado e região”, afirmou.
Caiado defende que governo libere acesso ao Coaf aos estados
O governador afirmou que o governo federal deveria buscar integrar as polícias estaduais, aumentar os repasses de verba para os estados e permitir o acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para facilitar o combate ao crime organizado, com informações financeiras dos criminosos.
Caiado ainda mencionou que, em Goiás, a integração entre as polícias Federal, Civil, Militar, Penal e Rodoviária já ocorre, o que, segundo ele, permite ao estado garantir o controle do território: “Aqui não temos um palmo de terra comandado por facções criminosas”.
“ Goiás tinha seis cidades entre as mais violentas do país. E hoje não tem mais porque existe um sistema de inteligência e a parte operacional da polícia. Por isso, o cidadão não tem apenas uma sensação de segurança, mas segurança pública de fato”, disse o governador.