Juros altos freiam demanda por empréstimo pessoal em setembro
As contratações de novos empréstimos com recursos livres, pelas empresas, aumentaram 2,4% em setembro, enquanto os empréstimos pessoais cresceram apenas 0,9%
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2011 às 13h49.
Brasília – O volume de operações de crédito do sistema financeiro nacional (SFN) continua em alta e os R$ 1,929 trilhão registrados em setembro já equivalem à marca recorde de 48,4% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país. E, como ressaltou o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Túlio Maciel, tudo leva a crer que a relação entre crédito e PIB terminará o ano em 49%.
A evolução estimada por ele vai depender mais fortemente da tomada de crédito por pessoas jurídicas (empresas), que gozam de taxas de juros não tão altas quanto as oferecidas às pessoas físicas. Como exemplo, as contratações de novos empréstimos com recursos livres, pelas empresas, aumentaram 2,4% em setembro, enquanto os empréstimos pessoais cresceram apenas 0,9%.
Os números estão no Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, relativo a setembro, divulgado hoje (26) pelo BC. O relatório mostra que as famílias reduziram o ritmo de contratação de empréstimos, especificamente, por causa dos juros altos. Tendência que se verifica desde julho.
Embora o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha reduzido a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano (a.a.), no final de agosto, os bancos não repassaram a queda na mesma proporção. Enquanto a alteração na Selic representou retração de 4,16%, a redução de 0,8 ponto percentual nos juros cobrados no cheque especial (de 187,5% a.a. em agosto para 186,7% a.a. em setembro) equivaleu a uma redução de apenas 0,042%.
O cheque especial é a modalidade mais cara nas transações bancárias, tendo aumentado 16 pontos percentuais no acumulado do ano. Mas nenhuma é barata. A menos cara é a taxa de juros do empréstimo consignado, com desconto direto do salário, praticamente sem risco para o credor. Mesmo assim, o tomador teve que pagar 28% a.a. no mês passado, contra 28,3% a.a. em agosto.
A taxa mais próxima disso no crédito bancário para pessoa física está no financiamento de veículos, que caiu de 29,4% para 28,5% a.a., na comparação mensal. As compras de outros bens pagaram taxa anual de 50,6%. Vale lembrar que essa modalidade teve a maior redução em relação aos 55,5% cobrados no mês anterior. O crédito pessoal permaneceu estável, com ligeiro aumento de 49,6% para 49,7% a.a. na comparação mensal.
As pessoas jurídicas também foram submetidas a juros altos nas principais atividades de cobrança bancária. O desconto de duplicatas caiu de 43,8% para 42,3% (a.a.), de agosto para setembro, e o desconto de promissórias aumentou de 55,4% para 56% a.a.. O capital de giro teve taxa reduzida de 29,2% para 27,4% a.a., os financiamentos para aquisição de bens baixaram de 16% para 15,4% a.a. e a conta garantida, que cobra a taxa mais alta no segmento, caiu de 108,9% para 107,7% a.a.
Brasília – O volume de operações de crédito do sistema financeiro nacional (SFN) continua em alta e os R$ 1,929 trilhão registrados em setembro já equivalem à marca recorde de 48,4% do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas produzidas no país. E, como ressaltou o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Túlio Maciel, tudo leva a crer que a relação entre crédito e PIB terminará o ano em 49%.
A evolução estimada por ele vai depender mais fortemente da tomada de crédito por pessoas jurídicas (empresas), que gozam de taxas de juros não tão altas quanto as oferecidas às pessoas físicas. Como exemplo, as contratações de novos empréstimos com recursos livres, pelas empresas, aumentaram 2,4% em setembro, enquanto os empréstimos pessoais cresceram apenas 0,9%.
Os números estão no Relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, relativo a setembro, divulgado hoje (26) pelo BC. O relatório mostra que as famílias reduziram o ritmo de contratação de empréstimos, especificamente, por causa dos juros altos. Tendência que se verifica desde julho.
Embora o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha reduzido a taxa básica de juros (Selic) de 12,5% para 12% ao ano (a.a.), no final de agosto, os bancos não repassaram a queda na mesma proporção. Enquanto a alteração na Selic representou retração de 4,16%, a redução de 0,8 ponto percentual nos juros cobrados no cheque especial (de 187,5% a.a. em agosto para 186,7% a.a. em setembro) equivaleu a uma redução de apenas 0,042%.
O cheque especial é a modalidade mais cara nas transações bancárias, tendo aumentado 16 pontos percentuais no acumulado do ano. Mas nenhuma é barata. A menos cara é a taxa de juros do empréstimo consignado, com desconto direto do salário, praticamente sem risco para o credor. Mesmo assim, o tomador teve que pagar 28% a.a. no mês passado, contra 28,3% a.a. em agosto.
A taxa mais próxima disso no crédito bancário para pessoa física está no financiamento de veículos, que caiu de 29,4% para 28,5% a.a., na comparação mensal. As compras de outros bens pagaram taxa anual de 50,6%. Vale lembrar que essa modalidade teve a maior redução em relação aos 55,5% cobrados no mês anterior. O crédito pessoal permaneceu estável, com ligeiro aumento de 49,6% para 49,7% a.a. na comparação mensal.
As pessoas jurídicas também foram submetidas a juros altos nas principais atividades de cobrança bancária. O desconto de duplicatas caiu de 43,8% para 42,3% (a.a.), de agosto para setembro, e o desconto de promissórias aumentou de 55,4% para 56% a.a.. O capital de giro teve taxa reduzida de 29,2% para 27,4% a.a., os financiamentos para aquisição de bens baixaram de 16% para 15,4% a.a. e a conta garantida, que cobra a taxa mais alta no segmento, caiu de 108,9% para 107,7% a.a.