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IPCA-15 desacelera e abre caminho para manutenção dos juros

Índice seguiu em linha com as expectativas em maio e favorecido pelos preços de alimentos e de tarifas aéreas

Preços: indicador atingiu 6,31% em 12 meses até maio (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 10h16.

São Paulo - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta a 0,58 por cento em maio, em linha com as expectativas e favorecido pelos preços de alimentos e de tarifas aéreas, o que pavimenta ainda mais o caminho para o Banco Central parar de subir os juros agora.

Apesar da desaceleração mensal, o indicador --prévia da inflação oficial do país-- atingiu 6,31 por cento em 12 meses até maio, ante 6,19 por cento em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

A meta de inflação é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Em abril, o IPCA-15 havia avançado 0,78 por cento, enquanto o IPCA 0,67 por cento e, em 12 meses, 6,28 por cento.

Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta de 0,56 por cento sobre abril e de 6,29 por cento em 12 meses.

Segundo o IBGE, o principal responsável pela desaceleração do indicador em maio foi o grupo Alimentação e Bebidas, cujos preços avançaram 0,88 por cento, ante alta de 1,84 por cento no mês anterior. Ainda assim, esse foi o grupo com maior impacto em maio, de 0,22 ponto percentual.

Também teve destaque Transportes, com deflação de 0,33 por cento em maio após alta de 0,54 por cento em abril. Isso decorreu sobretudo da queda de 21,26 por cento nos preços das tarifas aéreas, que exerceu o principal impacto negativo no IPCA-15, de -0,11 ponto percentual.

A desaceleração dos preços dos alimentos, após a seca que afetou grande parte do Brasil no início do ano, era esperada pelos agentes econômicos e pelo Banco Central, e vinha se desenhando nos preços no atacado.

Nas contas do Banco Fator, o índice de difusão do IPCA-15 caiu em maio a 67,4 por cento, contra 72,9 por cento no mês anterior.

Energia

Mas apesar do alívio nos preços de alimentos, os indicadores de inflação continuam pressionados pelos serviços e preços de administrados, destacadamente a energia elétrica.

No IPCA-15, o avanço de 3,76 por cento das tarifas de energia elétrica representou o maior impacto em maio, de 0,10 ponto percentual, segundo o IBGE.

Com o intuito de controlar a inflação, o BC tirou a Selic ao longo de um ano da mínima histórica de 7,25 por cento para os atuais 11 por cento, mas já sinalizou que deve parar com o aperto monetário na próxima semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom).

O alívio nos preços dos alimentos dá força aos argumentos do BC, que vem destacando que essa escalada seria temporária e que é preciso aguardar para avaliar os efeitos defasados do aperto monetário.

Entretanto, a perspectiva é de que o IPCA continue subindo e encerre o ano a 6,43 por cento, segundo economistas consultados na pesquisa Focus do BC desta semana, com alta de 4,95 por cento nos preços de administrados.

"A desaceleração (do IPCA-15) já era esperada e tudo corrobora a visão dominante de estabilidade da Selic na semana que vem. Não tem nada que deva alterar isso", disse a economista da CM Capital Markets Camila Abdelmalack. "Mas, com a continuidade da trajetória crescente da inflação, está contratado um novo ciclo (monetário) contracionista para 2015, começando em fevereiro."

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Apesar da desaceleração mensal, o indicador --prévia da inflação oficial do país-- atingiu 6,31 por cento em 12 meses até maio, ante 6,19 por cento em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

A meta de inflação é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. Em abril, o IPCA-15 havia avançado 0,78 por cento, enquanto o IPCA 0,67 por cento e, em 12 meses, 6,28 por cento.

Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta de 0,56 por cento sobre abril e de 6,29 por cento em 12 meses.

Segundo o IBGE, o principal responsável pela desaceleração do indicador em maio foi o grupo Alimentação e Bebidas, cujos preços avançaram 0,88 por cento, ante alta de 1,84 por cento no mês anterior. Ainda assim, esse foi o grupo com maior impacto em maio, de 0,22 ponto percentual.

Também teve destaque Transportes, com deflação de 0,33 por cento em maio após alta de 0,54 por cento em abril. Isso decorreu sobretudo da queda de 21,26 por cento nos preços das tarifas aéreas, que exerceu o principal impacto negativo no IPCA-15, de -0,11 ponto percentual.

A desaceleração dos preços dos alimentos, após a seca que afetou grande parte do Brasil no início do ano, era esperada pelos agentes econômicos e pelo Banco Central, e vinha se desenhando nos preços no atacado.

Nas contas do Banco Fator, o índice de difusão do IPCA-15 caiu em maio a 67,4 por cento, contra 72,9 por cento no mês anterior.

Energia

Mas apesar do alívio nos preços de alimentos, os indicadores de inflação continuam pressionados pelos serviços e preços de administrados, destacadamente a energia elétrica.

No IPCA-15, o avanço de 3,76 por cento das tarifas de energia elétrica representou o maior impacto em maio, de 0,10 ponto percentual, segundo o IBGE.

Com o intuito de controlar a inflação, o BC tirou a Selic ao longo de um ano da mínima histórica de 7,25 por cento para os atuais 11 por cento, mas já sinalizou que deve parar com o aperto monetário na próxima semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom).

O alívio nos preços dos alimentos dá força aos argumentos do BC, que vem destacando que essa escalada seria temporária e que é preciso aguardar para avaliar os efeitos defasados do aperto monetário.

Entretanto, a perspectiva é de que o IPCA continue subindo e encerre o ano a 6,43 por cento, segundo economistas consultados na pesquisa Focus do BC desta semana, com alta de 4,95 por cento nos preços de administrados.

"A desaceleração (do IPCA-15) já era esperada e tudo corrobora a visão dominante de estabilidade da Selic na semana que vem. Não tem nada que deva alterar isso", disse a economista da CM Capital Markets Camila Abdelmalack. "Mas, com a continuidade da trajetória crescente da inflação, está contratado um novo ciclo (monetário) contracionista para 2015, começando em fevereiro."

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