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Inflação em queda dá sinal verde para BC reduzir mais os juros

Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,25 por cento, segundo dados do IBGE

Ilan Goldfajn: cenário de inflação e recuperação ainda lenta da atividade é propício para o aumento do ritmo de corte a 1 ponto percentual (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 7 de abril de 2017 às 10h19.

São Paulo / Rio de Janeiro - Os preços de transportes caíram e a inflação oficial do Brasil perdeu ainda mais força em março, encostando na meta do governo e deixando o caminho aberto para o Banco Central intensificar o afrouxamento monetário na próxima semana.

Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) desacelerou a alta a 0,25 por cento, de 0,33 por cento em fevereiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Essa é a leitura mais baixa para meses de março desde a alta de 0,21 por cento verificada em 2012.

Já no acumulado em 12 meses até o mês passado, o índice registrou avanço de 4,57 por cento, contra 4,76 por cento no mês anterior. Com isso o IPCA fica muito próximo do centro da meta oficial de inflação, que é de 4,5 por cento com margem de 1,5 ponto percentual.

A alta nos 12 meses até março é a mais fraca desde agosto de 2010, quando o IPCA avançou 4,49 por cento.

Os resultados tanto para o mês quanto para o acumulado bateram exatamente com a mediana das expectativas em pesquisa da Reuters.

"A inflação em 2017 está em ladeira abaixo. A inflação representa o momento que vivemos e as pessoas não estão comprando. O consumo é inibido muito pelo desemprego, ambiente econômico e renda menor", disse a economista do IBGE Eulina Nunes, destacando que essa é a primeira vez desde 2012 que o IPCA fica abaixo de 5 por cento por dois meses seguidos.

O dado de março derivou principalmente da queda de 0,86 por cento de Transportes, após os preços subirem 0,24 por cento em fevereiro. O destaque foi a gasolina, uma vez que o preço do litro ficou em média 2,21 por cento mais barato.

Também registraram queda de preços os grupos Comunicação (-0,63 por cento), Artigos de residência (-0,29 por cento) e Vestuário (-0,12 por cento).

Na outra ponta, os preços de alimentos e de bebidas voltaram a pressionar no mês, com alta de 0,34 por cento, devolvendo parte do recuo de 0,45 por cento em fevereiro.

O maior impacto individual para cima foi registrado pela energia elétrica, de 0,15 ponto percentual no índice, após avanço de 4,43 por cento no mês.

O grupo Habitação foi diretamente afetado pelo movimento, exibindo alta de 1,18 por cento em março -- a mais elevada variação de grupo.

Por sua vez a inflação de serviços, considerada prioritária pelo BC para a política monetária, desacelerou com força a 0,33 por cento em março, contra 0,84 por cento em fevereiro.

Será com esses dados que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá na próxima semana para decidir sobre a política monetária.

Depois de já ter cortado a taxa básica de juros em 2 pontos percentuais, para os atuais 12,25 por cento, o cenário de inflação e recuperação ainda lenta da atividade é propício para o aumento do ritmo de corte a 1 ponto percentual.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC passou a ver inflação menor em 2017, de 4 por cento, e também informou que poderia fazer uma "intensificação moderada" no ritmo de corte dos juros básicos.

Na pesquisa Focus do BC junto a economistas a expectativa é de que o IPCA encerre 2017 com alta de 4,10 por cento, ficando em 4,5 por cento em 2018. Para a Selic, os entrevistados passaram a ver a taxa a 8,75 por cento no fim deste ano.

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