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Inflação é reflexo do crescimento, diz presidente do BC

Henrique Meirelles afirma que está entusiasmado com crescimento do PIB

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h59.

O presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles, está entusiasmado com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, acredita que "não há nada mais firme do que os fundamentos da economia brasileira" e que o sistema de controle de inflação adotado no Brasil "é o mais moderno existente no mundo". Ele foi o entrevistado de hoje (28/5) do jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo. Para Meirelles, os últimos resultados do IGP-M e IPCA, que refletem uma aceleração no aumento de preços, significam que a economia está crescendo. Ele afirmou que ficou entusiasmado com a evolução do PIB, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quinta-feira. "Os outros países, quando publicam a expansão de um trimestre, o fazem de forma anualizada, para ser mais fácil de comparar. Os Estados Unidos, por exemplo, cresceram 4,4% anualizado esse último trimestre. O Brasil cresceu 6,5%. É o 1,6% [do primeiro trimestre] anualizado. Em termos internacionais, é uma taxa extraordinária e uma das maiores taxas dos últimos anos do Brasil."

Solidez

Além de refletir o crescimento da economia, a aceleração inflacionária também traz embutido, disse Meirelles, "algum reflexo interno" da volatilidade externa, invocada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), semana passada, como justificativa para manter os juros em 16% ao ano. O presidente do BC mencionou a alta do preço do petróleo e o encarecimento de commodities, por causa do aquecimento da economia internacional. Ele também explicou que a turbulência no mercado na semana passada "começou nos EUA, que sinalizaram o início de um processo de subida de taxa de juros. Isso gerou um rearranjo nos portfólios de investimento globais".

Mas, para o presidente do BC, o país tem hoje condições inéditas para absorver choques externos. "O Brasil está crescendo, com a inflação sob controle, com as maiores exportações da história, com saldo comercial. É importante que o país esteja com saldo em conta corrente, pela primeira vez em mais de uma década. O Brasil está com a dívida pública interna cada vez menos indexada ao dólar. Em resumo, dessa vez o país está sólido. Não há nada mais firme do que os fundamentos da economia brasileira."


Fissura

Sobre a possibilidade de reformas como a previdenciária e tributária serem desfiguradas no Judiciário ou mesmo durante votações no Congresso, Meirelles afirmou que "qualquer problema nessa área terá que ser compensado por ações em outra área". "Vamos cumprir o superávit primário, mas é importante que o quadro como um todo não seja alterado para pior." 

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