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Inflação deve ceder, caso Selic se mantenha estável, diz BC

Inflação tende a convergir para a meta no futuro, se a taxa básica de juros, a Selic, não for reduzida, diz Banco Central

Banco Central: cenário é previsto pelo do Comitê de Política Monetária, o Copom (Arquivo/Exame/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 09h43.

Brasília -A inflação ainda deve manter-se resistente nos próximos trimestres, mas tende a convergir para a meta no futuro, se a taxa básica de juros, a Selic , não for reduzida.

Esse é o cenário previsto pelo do Comitê de Política Monetária ( Copom ) do Banco Central (BC).

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A avaliação foi divulgada hoje (24) na ata da última reunião do comitê, que decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano, no último dia 16.

“O comitê antecipa cenário que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas as condições monetárias – isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária [taxa Selic] – tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção”.

Cabe ao BC manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetária Nacional.

Essa meta tem como centro 4,5% e limite superior em 6,5%.

No mês passado, o BC divulgou em seu Relatório de Inflação que espera que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fique em 6,4%, este ano; em 5,7%, em 2015, e em 5,1%, em 12 meses acumulados no final do segundo trimestre de 2016.

Na avaliação do Copom, as pressões inflacionárias tendem a arrefecer ou, até mesmo, se esgotarem.

O Copom cita como exemplos de pressões inflacionárias o aumento de preços domésticos, em alinhamento com os internacionais, e a alta dos preços administrados para acompanhar os livres.

Para o comitê, os ganhos salariais incompatíveis com o aumento da produtividade também são um fator de pressão sobre a inflação.

Por conta dessas pressões, o colegiado diz que a inflação ainda mostrou resistência nos últimos 12 meses e para combatê-las, o Copom lembra que a taxa Selic foi elevada por nove vezes seguidas, até a reunião de abril.

Em maio e julho, o Copom optou por manter a Selic em 11% ao ano.

Para o comitê, o efeito dessas elevações na inflação, “em parte, ainda estão por se materializar”. “Além disso, é plausível afirmar que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária [decisões sobre a Selic] sobre a inflação tendem a ser potencializados”, acrescentou.

Na ata, o Copom também destaca “o deslocamento do hiato do produto para o campo desinflacionário”. Isso quer dizer que a economia está crescendo abaixo do seu potencial, o que contribui para reduzir pressões inflacionárias.

Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

Ao manter a Selic, o comitê indica que elevações anteriores foram suficientes para controlar a inflação.

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