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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h47.
A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) de junho, divulgada nesta quinta-feira (26/6) prevê inflação acima da meta ajustada de inflação para 2003 (8,5%) e abaixo da nova meta de inflação para 2004, instituída pelo Conselho Monetário Nacional em 24 de junho (5,5%, com tolerância de 2,5% para mais ou para menos). Essa projeção do BC ainda foi feita em cima dos juros em 26,5% ao ano e do câmbio em R$ 2,87 por dólar.
Segundo o BC, há três fatores que explicam o comportamento recente da inflação:
Segundo análise do CSFB, a mudança na meta da inflação para o ano que vem permite uma redução da Selic em 1 ponto percentual, assumindo que o câmbio permanecerá estável ao redor do atual patamar (R$ 2,80 a R$ 2,90 por dólar).
O Banco Central afirma na ata que os seus modelos sugerem que, a partir de maio, a persistência inflacionária estaria possivelmente iniciando processo de retorno à sua média histórica. Além disso, esses modelos sugerem uma certa assimetria na reação da inflação aos movimentos da taxa de câmbio: a apreciação cambial promoveu uma pressão deflacionária inferior à pressão inflacionária advinda de mesma depreciação cambial observada anteriormente, analisa o CSFB em seu relatório diário.
A ata prevê que os preços administrados devem variar 14,1% em 2003 e 8,9% em 2004. "A ata parece descaracterizar a relevância do núcleo de inflação medido pelo método de médias aparadas (1% em maio contra 1,1% em abril)", afirma o CSFB em relatório. Segundo o Banco Central, devido à metodologia adotada, em particular da suavização das variações de determinados itens, os resultados estão influenciados pela inflação mais elevada vinda da depreciação cambial do segundo semestre de 2002. A ata parece indicar a preferência pelo núcleo de inflação IPCA calculado por exclusão de alimentos no domicílio e por preços administrados e monitorados, que teria se reduzido para 0,56% em maio, contra 0,81% em abril.
O Copom reduziu de 6% para 5,3%, a projeção para os aumentos dos preços da gasolina, neste ano. A estimativa para o reajuste do gás de botijão para este ano caiu 2,1 pontos percentuais em relação a maio, sendo de 2,4% a perspectiva de alta acumulada no ano. Em função da apreciação cambial e da nova estimativa para os índices de preços, os reajustes de tarifa de energia elétrica e de telefone fixo estão projetados em torno de 23% e 19%, respectivamente, já incluindo os aumentos ocorridos.