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Inflação da última semana de maio recua e fica em 0,52%

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de 31 de maio caiu 0,17 ponto percentual

Preços: índice passou de 0,69% na semana anterior para 0,52% (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 09h42.

Rio de Janeiro -A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal ( IPC -S) de 31 de maio caiu 0,17 ponto percentual, e passou de 0,69% na semana anterior para 0,52%.

A taxa foi divulgada hoje (03) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) e reflete queda de preço nas sete capitais envolvidas na pesquisa.

A variação mais alta foi registrada no Recife (1,03%) e refletiu a queda de 0,18 ponto percentual em relação à inflação medida na terceira semana de maio (1,21%).

Na capital, quatro das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram desaceleração, entre as quais se destacam os grupos: Alimentação e Saúde e Cuidados Pessoais, cujas taxas passaram de 1,29% para 0,75%, e de 1,27% para 0,78%, respectivamente.

Já a menor variação do IPC-se foi verificada em Belo Horizonte, onde o índice ficou em 0,27%, resultado 0,36 ponto percentual inferior ao verificado na terceira semana de maio (0,63%).

Na última semana de maio cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram desaceleração, entre as quais se destacam os grupos: Vestuário (de 0,83% para -0,08%) e Habitação (0,94% para 0,26%).

Após vários anos adormecido, o dragão da inflação voltou a dar sinais de vida recentemente. Para o mercado, o IPCA (principal índice de preços ao consumidor) deve fechar este ano em 5,8% enquanto que o IGP-M (um dos maiores indexadores de contratos no país) alcançará 10,9%. Os números ainda não são capazes de impressionar quem viu os preços subirem dois ou três dígitos ao mês até o começo da década de 90. O que, sim, preocupa os economistas é que o governo não parece dar a mesma importância ao avanço dos preços como há algum tempo. O Banco Central interrompeu o ciclo de aumento dos juros neste ano, quando a Selic alcançou 10,75%. O mercado entende que a estratégia foi equivocada e obrigará o BC a voltar a elevar a taxa em 2011, para cerca de 13% ao ano. Outra fonte de incerteza é a substituição de Henrique Meirelles por Alexandre Tombini na presidência da instituição. Durante oito anos, Meirelles foi um grande defensor da moeda e da autonomia do BC. Apesar de toda a retórica inicial, ainda não se sabe se Tombini terá força para fazer o mesmo no governo Dilma. Na dúvida, muita gente no mercado já começa a se prevenir. Veja nas próximas páginas oito formas de proteger o patrimônio ou até mesmo lucrar com a alta da inflação.
  • 2. Investimento em imóveis vai render aluguéis mais altos

    2 /9(EXAME/Exame)

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    Quem vive da renda do aluguel de imóveis não tem com o que se preocupar com a alta da inflação. No Brasil, a imensa maioria dos contratos de locação é reajustada pelo IGP-M. O índice acumula neste ano alta de 9,85% - variação que poderá ser repassada ao inquilino. Além disso, o proprietário de um imóvel pode comemorar a valorização do patrimônio. Os preços das propriedades têm subido muito nos últimos anos, se tornando inclusive uma das causas da inflação. Segundo Fernando Sita, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca, os imóveis na zona oeste de São Paulo, por exemplo, tiveram uma alta média de 30% em 2009 e de 40% em 2010. No empreendimento Parque Cidade Jardim (foto), da JHSF, o preço do metro quadrado subiu de 5.500 para 10.000 reais desde 2008. Apesar da forte correção, ele acredita na continuidade do avanço dos preços. "Imóveis de altíssimo padrão chegam a custar 20.000 dólares o metro quadrado em Nova York e até 18.000 reais no Brasil. Não vejo motivos para tanta diferença", afirma. Hoje o aluguel mensal de imóveis residenciais na cidade de São Paulo custa cerca de 0,5% do valor da propriedade. Mas Felipe Cavalcante, presidente da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (Adit), alerta o investidor que a renda bruta obtida com o aluguel será reduzida por quatro despesas: 1) qualquer imóvel gera custos de manutenção que deverão ser pagos pelo proprietário; 2) pessoas físicas pagam Imposto de Renda sobre o valor do aluguel de acordo com a tabela de alíquotas da Receita Federal válida para qualquer outro rendimento; 3) o imóvel pode ficar vago durante alguns meses - e as despesas de condomínio ou IPTU correrão por conta do proprietário; e 4) a imobiliária cobra do proprietário um comissão pelo serviço de encontrar um inquilino - em São Paulo, a praxe é que o primeiro aluguel seja destinado do corretor.
  • 3. Inflação pode valorizar algumas ações

    3 /9(Valéria Gonçalves/Site Exame)

  • As ações de algumas empresas costumam ser mais demandadas pelos investidores quando existe a expectativa de alta da inflação. Esse é o caso de concessionárias de serviços públicos, como energia elétrica, rodovias, telefonia fixa e saneamento. Os contratos assinados entre essas empresas e o governo permitem a aplicação de reajustes anuais das tarifas cobradas da população que de alguma maneira seguem a inflação. Maior concessionária de rodovias do Brasil, a CCR, por exemplo, pode repassar anualmente o IGP-M para o valor dos pedágios cobrados nas estradas que administra no estado de São Paulo. Isso significa que ao mesmo tempo em que os paulistas terão de desembolsar mais dinheiro para viajar no próximo ano, a empresa terá aumento em suas receitas - o que é positivo para as ações. Da mesma forma, empresas que administram shopping centers ou outros tipos de imóveis devem se beneficiar da inflação porque os aluguéis cobrados vão subir. Por outro lado, é preciso tomar cuidado com as empresas bastante endividadas, afirma João Alberto Domenici, estrategista de investimentos do private banking da Rio Bravo. A alta da inflação deve levar o BC a elevar os juros para contê-la. Logo, as dívidas emitidas pelas empresas também ficarão mais caras e reduzirão os lucros obtidos e os dividendos distribuídos aos acionistas. Já Gilberto Poso, superintendente-executivo de gestão de patrimônio do HSBC, lembra o investidor que a aplicação em ações está sujeita a muitos outros riscos além da inflação. "A correlação de inflação e remuneração da aplicação é muito maior na renda fixa do que na bolsa. Se o cenário econômico internacional piorar, é possível que o mercado como um todo perca dinheiro", alerta.
  • 4. Tesouro Direto oferece títulos indexados à inflação

    4 /9(Reprodução)

    Não há maneira mais óbvia e segura de se proteger da inflação do que comprar títulos públicos atrelados ao IPCA. Os papéis podem ser comprados pelo site do Tesouro Direto ( http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/ ). O investidor precisa primeiro se cadastrar no site e abrir uma conta em alguma corretora. Em seguida, deve fazer a opção pela aquisição de um título chamado NTN-B, indexado ao IPCA. Cada pessoa física pode comprar até 300.000 reais em títulos, que pagam mais ou menos juros de acordo com a distância do vencimento. Segundo Gilberto Poso, superintendente-executivo de gestão de patrimônio do HSBC, as NTN-B para resgate no começo do próximo ano pagam IPCA mais uma taxa de juros próxima a 3% ao ano. Já as NTN-B para 2013 oferecem uma remuneração de IPCA mais 6%. Quem investe em títulos públicos do governo federal não precisa se preocupar com liquidez. Todas as quartas-feiras, o Tesouro realiza leilões de recompra dos papéis. Do lucro obtido será descontada uma fatia de 15% a 22,5% para pagamento do Imposto de Renda - a alíquota cai à medida que o prazo do investimento aumenta. O investidor pode ter de arcar também com as taxas cobradas pela instituição financeira que faz a intermediação da transação. Mas esse custo pode ser driblado. A corretora Spinelli, por exemplo, não cobra nenhuma taxa dos clientes que desejem comprar títulos pelo Tesouro Direto. O investidor só terá de pagar à CBLC 0,4% ao ano pela custódia dos papéis.
  • 5. Fundos DI são opção mais prática

    5 /9(Divulgação)

    Quem não quer ter o trabalho de se cadastrar numa corretora nem deseja aprender a investir pelo Tesouro Direto pode colocar o dinheiro em um fundo DI. Essa é a forma mais popular de se proteger da inflação entre as pessoas físicas porque o investidor faz tudo pelo próprio banco onde tem conta. Esses fundos são remunerados de acordo com o CDI, que é a taxa de juros de mercado. O CDI sempre sobe quando a inflação avança e o mercado passa a entender que o Banco Central terá de elevar os juros para contê-la. Nesse caso, existe algum risco de que o BC, que será dirigido por Alexandre Tombini (foto), ignore o avanço dos preços e não suba o juro conforme o esperado. Mas o mercado considera que esse risco é bem baixo. "Vejo um compromisso do novo governo com a estabilidade da moeda", diz Edson Franco, superintendente-executivo de investimentos do Santander. Os fundos DI também estão sujeitos ao pagamento de IR (entre 15% e 22,5% do lucro obtido) e seus gestores cobram uma taxa de administração dos clientes. Quem quiser taxas mais baixas e comprar títulos indexados à Selic pelo Tesouro Direto deve comprar um papel chamado LFT.
  • 6. CDB é opção, mas prefira os de bancos grandes

    6 /9(Divulgação)

    O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é outra forma de manter o investimento protegido da inflação. A maior parte dos CDBs pagam uma remuneração que acompanha o CDI - assim como um fundo DI. A diferença é que o emissor do CDB é sempre um banco. Apesar de mais raros, também existem CDBs que pagam ao investidor o IPCA mais uma taxa de juros. Os únicos CDBs que não protegem o depositante em caso de avanço maior que o esperado dos preços são os prefixados. Para Manuel Lois, diretor da corretora Spinelli, apesar de os CDBs de bancos de segunda linha pagarem juros maiores, a pessoa física deve evitá-los. Há cerca de duas semanas, o banco PanAmericano só não foi à lona porque seu controlador, o apresentador Silvio Santos, tomou um empréstimo de 2,5 bilhões de reais para cobrir um rombo originado por fraudes contábeis. No caso hipotético de uma instituição financeira ser liquidada pelo Banco Central, a pessoa física que tiver comprado seus CDBs só terá garantia de receber de volta até 60.000 reais. A dica, portanto, é não superar esse limite ao fazer depósitos a prazo em bancos de segunda linha e dar preferência a instituições como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander com o restante dos recursos.
  • 7. Debêntures pagam mais, mas têm menor liquidez

    7 /9(foto/Divulgação)

    Uma forma de obter uma remuneração um pouco superior à dos títulos públicos com papéis indexados à inflação são as debêntures. Esses títulos são emitidos por empresas e costumam pagar um retorno entre 0,5 e 2 pontos percentuais maior que os papéis do governo atrelados à inflação (NTN-B). Para Flávio Lemos, da Trader Brasil Escola de Investidores, o grande problema das debêntures são a falta de liquidez. O investidor que quiser resgatar o investimento antes do vencimento terá de vender seus títulos no mercado secundário - e aceitar algum deságio para atrair compradores. Para quem não vai precisar do dinheiro até 2017, uma boa opção é a oferta de debêntures que está sendo feita pelo BNDESPar, o braço de investimentos em ações do BNDES (foto). Até o dia 1 º de dezembro, as pessoas físicas poderão reservar entre 1.000 e 500.000 reais em três tipos de debêntures. Uma das séries é de papéis atrelados à inflação que pagam uma remuneração equivalente aos juros da NTBN-B do governo federal mais IPCA mais um spread de até 0,70% (o valor correto depende da demanda e só será conhecido ao fim da oferta). As despesas extras do investidor são bem baixas. A taxa de custódia semestral é de 6,90 reais, mas será cobrada somente dos investidores que não possuem ações ou títulos custodiados na BM&FBovespa. No entanto, entre 15% e 22,5% do lucro ficará com o governo a título de IR. Apesar de a agência Moody's ter concedido aos papéis rating Aaa.br, que corresponde ao menor risco de crédito no mercado brasileiro, Alberto Domenici, do private banking da Rio Bravo, aconselha os investidores a preferir fundos de renda fixa que tenham papéis de dívida pública e privada. "Há fundos desse tipo com taxas baixas de administração e que permitem ao investidor ficar bem diversificado."
  • 8. Fundos imobiliários têm aluguel corrigido pela inflação

    8 /9(Divulgação/EXAME.com)

    Uma maneira bastante vantajosa de obter renda com aluguel de imóveis são os fundos imobiliários. Esses fundos compram imóveis ou papéis imobiliários (como CRI e LCI) e fecham contratos de locação de longo prazo. Quem estiver interessado na renda gerada por esse aluguéis, compra quotas do fundo e passa a receber remunerações em geral pagas mensalmente. A receita dos fundos quase é sempre reajustada pelo IGP-M - assim como nos contratos de locação direta de imóveis. Mas opção pelo fundo costuma ser mais vantajosa por uma série de motivos. O investidor pode aplicar a partir 1.000 reais - o que é impossível na compra direta do imóvel. Com pouco dinheiro, portanto, é possível montar uma carteira diversificada de fundos e minimizar o risco de perdas com vacância. A renda dos aluguéis é isenta de IR para pessoas físicas desde que o fundo tenha quotas negociadas em bolsa, possua ao menos 50 quotistas e nenhum deles tenha mais de 10% do fundo. Outra vantagem é que os fundos costumam comprar imóveis melhores que conseguem aluguéis proporcionalmente mais altos. Enquanto o aluguel mensal de uma residência costuma corresponder a 0,5% de seu valor, esse percentual sobe para quase 1% no caso de um bom prédio comercial, um galpão bem-localizado ou um shopping com lojas que vendem muito. Por último, alguns fundos com quotas negociadas na BM&FBovespa oferecem liquidez que a de um imóvel física. Pequenas quantidades de quotas podem ser vendidas pelo próprio home broker sem grandes problemas em uma semana, por exemplo. Entre as boas opções de fundos imobiliários negociados no mercado brasileiros, especialistas consultados por EXAME.com citaram os do shopping Parque Dom Pedro (foto), do Shopping Pátio Higienópolis e o Rio Bravo Renda Corporativa.
  • 9. Ouro protege da inflação, mas câmbio pode corroer ganho

    9 /9(Arquivo)

    Em todo o mundo, o ouro costuma atrair o interesse dos investidores em tempos de turbulência, guerras, conflitos políticos e também inflação. Nos últimos anos, entretanto, o metal subiu muito devido à desvalorização do dólar. Segundo Flávio Lemos, diretor da Trader Brasil Escola de Investidores, as medidas tomadas pelos Estados Unidos para desvalorizar a própria moeda fizeram com que muitos fundos trocassem reservas em dólar por ouro, pressionando das cotações do metal. O problema de utilizar o ouro como seguro contra a inflação é que suas cotações na BM&FBovespa refletem muito mais o cenário econômico mundial do que o brasileiro. João Alberto Domenici, do private banking da Rio Bravo, também alerta que o preço do ouro no Brasil também fica atrelado ao câmbio. Portanto, um investidor pode ganhar dinheiro com a alta do metal, mas ter seu lucro corroído caso o dólar vá na direção contrária.
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