O ano de 2003 não foi de muitos investimentos para as indústrias de base e os setores ligados a infra-estrutura. Juntos, eles receberam menos da metade do que esperavam, apenas 6,6 bilhões de dólares, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (13/4) pela Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib). No início do ano passado, as empresas ligadas à entidade estimavam que iriam receber 15,2 bilhões de dólares em investimentos .

Do total de 6,6 bilhões de dólares investidos, 54,3% veio da iniciativa privada, que reduziu em 61,7% o volume dos aportes em 2003 em comparação com 2002. Os investimentos do setor público caíram 38,8% de 2002 para 2003 .

Para José Augusto Marques, presidente da Abdib, a queda no volume de recursos investidos em infra-estrutura e nas indústria s de base, sobretudo por parte da iniciativa privada, é resultado da indefinição do governo em relação a um marco regulatório que tranqüilize as empresas quanto à viabilidade e retorno para seus investimentos no longo prazo. Marques também afirma que as dificuldades encontradas pelas empresas para obter licenças ambientais também desaceleraram o ritmo dos negócios.

Mesmo carente de investimentos, o setor de bens e serviços para infra-estrutura e indústrias de base cresceu 14% em 2003 e obteve uma receita de 132,1 bilhões de reais, resultado de ganhos de produtividade e da entrega de pedidos feitos por clientes ainda no ano anterior. O setor, entretanto, que em 2002 empregava 295 003 pessoas, terminou 2003 com 14 000 postos de trabalho a menos. A redução no número de empregos está relacionada a uma queda de 9,2% no volume das encomendas de 2002 para 2003.

As exportações de bens e serviços diminuíram 2% em 2003 e somaram 5 bilhões de dólares. Já as importações, de 4,3 bilhões de dólares, foram 28,3% menores no ano passado e ajudaram o setor a registrar um superávit de 700 milhões de dólares, contra déficit de 900 milhões em 2002 e de 4 bilhões em 2001.