As vendas reais da indústria cresceram 0,94% em julho em relação a junho, com dados já dessazonalizados, interrompendo a trajetória de queda do primeiro semestre. Foi o melhor resultado desde março. Relatório divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) nesta sexta-feira (5/9) mostra que a queda em relação ao mesmo mês do ano passado foi de 3,94%. No acumulado do ano (janeiro a julho), a indústria registra um tímido aumento no faturamento, de 0,06%.

A divulgação da CNI sobre o mês de julho combina com os dados informados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (clique aqui para ler a reportagem sobre o IBGE).

O total empregado registrou mais uma queda (0,29%) na comparação com junho. Mas, no acumulado do ano, este indicador é positivo em 1,22%. As horas trabalhadas aumentaram 3,95% de junho para julho. Isso mostra que a indústria cortou pessoal, mas pelo aumento da demanda aumentou o número de horas extras. Os salários líquidos reais registraram alta de 0,61%, mas acumulam queda no ano de 6,36%.

Para a entidade, os dados do mês de julho ainda não traduzem com clareza uma reversão do quadro de forte retração da primeira metade do ano. "Na comparação com junho, há uma relativa estabilidade", afirma a entidade em relatório. "A comparação com 2002 é ainda bastante desfavorável", ressalva a CNI.

"Em termos acumulados, há visível retração do ritmo de expansão desde fevereiro, apontando para as dificuldades que o setor industrial ainda vem enfrentando para se desfazer dos estoques acumulados, por conta da retração do consumidor", disse a CNI em um comunicado.

Como reflexo do fraco desempenho das vendas, o uso da capacidade instalada manteve-se estável em 79,2% em julho na comparação com junho (78,9%), mas caiu em quase dois pontos percentuais em relação a igual mês do ano passado (81,1%).