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Indústria pede spread mais baixo

Empresários do setor industrial e deputados federais se reuniram hoje, com a presença do representante do sistema financeiro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para pedir a redução do spread bancário (a diferença entre o custo dos bancos para captar dinheiro no mercado e a remuneração obtida dos tomadores […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h40.

Empresários do setor industrial e deputados federais se reuniram hoje, com a presença do representante do sistema financeiro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para pedir a redução do spread bancário (a diferença entre o custo dos bancos para captar dinheiro no mercado e a remuneração obtida dos tomadores de empréstimos).

O deputado Armando Monteiro Neto (PTB/PE), presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da subcomissão sobre spread bancário da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, explicou que, diante de um tema sensível , os parlamentares decidiram realizar audiências nos estados. O encontro de hoje foi a 4ª audiência do grupo de parlamentares.

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Para Monteiro, a percepção generalizada de que o Brasil precisa crescer deve servir como estímulo a mudanças promovidas pelo próprio mercado. "Qualquer avanço não será pela via da intervenção, voluntarismo ou artificialismo, como tabelamento ou outra forma de intervenção anti-mercado. Não há medidas legais para trabalhar essa questão", afirmou.

"O lucro das instituições financeiras não nos incomoda, não há limites pré-fixados para o lucro em nenhum setor. No entanto, o sistema financeiro no Brasil é pouco concorrencial e há um movimento de reconcentração bancária, que aumenta o poder das instituições e a rigidez dos spreads bancários." O presidente da CNI sugeriu que os bancos busquem maior ganho de escala.

Horácio Lafer Piva, presidente da Fiesp, afirmou que a reivindicação do setor industrial é de simetria com concorrentes internacionais. "O crédito sobre PIB no Brasil é de cerca de 25%, contra 66% no Chile, 95% na Austrália e mais de 140% nos EUA."

Segundo Piva, por enquanto a única opção do produtor é buscar empréstimo bancário. O presidente da Fiesp sugeriu a disseminação de outras fontes, como securitização de recebíveis, cooperativas de crédito e mercado de capitais, cujo fortalecimento, disse o empresário, apesar dos discursos eleitorais, ainda não ocorreu. "Não queremos criar confronto com o governo e com o sistema financeiro", disse Piva. "Apenas queremos que os bancos ajam como bancos. E que o Banco Central seja mais ousado."

Bis
"É o bis de um filme que estamos acostumados a ver. O spread é a margem bruta dos bancos. A compreensão disso é tão importante quanto distinguir faturamento de lucro", disse Gabriel Jorge Ferreira, presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Segundo Ferreira, para que os bancos conquistem escala, precisam de um clima de estabilidade macroeconômica e de crescimento.

O deputado Delfim Netto (PP/SP) fez um alerta: o aumento de juros nos EUA é questão de tempo. "Ou seja, a retomada do aumento de juros aqui também é questão de tempo. O único caminho é reduzir o spread." Ainda conforme a análise do ex-ministro, o crédito que tem retornado nos últimos meses está conseguindo mobilizar a demanda, mas não é capaz de mobilizar a oferta. "Alguns setores já batem no teto da capacidade produtiva", afirmou Piva.

Tributária
Sobre a reforma tributária, Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), apontou o lobby dos governadores como empecilho a um texto favorável à produção. "O governo e os parlamentares reconhecem a necessidade de desonerar investimento produtivo. Mas há a pressão dos governadores do Nordeste para que o IPI não seja reduzido, com receio de perdas no Fundo de Participação dos Estados. Por pressão de governadores do Sul e Sudeste, está em risco o crédito imediato de ICMS."

O deputado Delfim Netto foi ainda mais incisivo: "Suspeito que o que os governadores pediram [na reforma tributária] não cabe no PIB dos EUA , disse. Para o deputado Monteiro Neto, a proposta do relatório da reforma tributária que está no Senado é "tímida e insuficiente". O que inclui até mesmo medidas que vêm sendo bombardeadas pelos governadores. "O texto prevê apenas uma redução gradual do IPI sobre uma lista de máquinas a ser definida pela Receita Federal."

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