Indústria paulista opera 22% abaixo do pico visto em março de 2011
Em 2019, a indústria de São Paulo teve ligeiro crescimento de 0,2%, no entanto nove dos 18 setores do estado encerraram o ano passado com perdas
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 14h00.
Rio de Janeiro — Após um fim de ano de perdas, a indústria paulista já opera 22,1% abaixo do pico alcançado em março de 2011, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A produção industrial de São Paulo recuou em novembro (-3,0% ante outubro) e em dezembro (-0,9% ante novembro), acumulando uma queda de 3,9% em dois meses de retração.
"Boa parte desse resultado negativo em dezembro para a indústria paulista ficou no setor de veículos automotores, principalmente na produção de automóveis. O setor vem apresentando comportamento errático ao longo de 2019, principalmente com a crise na Argentina, o desemprego, e as incertezas que diminuem as tomadas de decisões tanto por parte dos produtores quanto por parte do consumo das famílias", justificou Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE .
Segundo o pesquisador, o mau desempenho do parque industrial de São Paulo na passagem de novembro para dezembro também teve contribuição da indústria alimentícia, por causa da redução na fabricação de açúcar, uma vez que a cana-de-açúcar entrou no período de entressafra, acrescentou Almeida.
A indústria paulista recuou 0,5% no quatro trimestre de 2019 ante o terceiro trimestre do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2018, a produção industrial de São Paulo avançou 0,8% no quarto trimestre de 2019.
No ano de 2019, a indústria paulista teve ligeiro crescimento de 0,2%. No entanto, nove dos 18 setores industriais da região encerraram o ano passado com perdas, sendo a mais significativa delas a segmento de veículos automotores.
"Ter um 0,2% positivo no ano é uma leitura muito próxima da indústria de transformação no total nacional. O comportamento é positivo, mas muito próximo da margem (estabilidade)", ponderou André Macedo, gerente na Coordenação de Indústria do IBGE.